Alagoas ter� turismo em terras ind�genas
A Fundação Nacional do Índio (Funai), alunos do curso de Turismo do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e comunidade de Palmeiras dos Índios estão engajadas em um projeto que pretende criar, em Alagoas, o primeiro roteiro turístico em terras
Por | Edição do dia 28/04/2002 - Matéria atualizada em 28/04/2002 às 00h00
A Fundação Nacional do Índio (Funai), alunos do curso de Turismo do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e comunidade de Palmeiras dos Índios estão engajadas em um projeto que pretende criar, em Alagoas, o primeiro roteiro turístico em terras indígenas, tendo como objetivo, além de promover o Interior como o mais novo mercado para turistas, gerar renda para as comunidades tribais. A meta é catalogar todos os atrativos culturais da comunidade indígena. Serão mapeadas as riquezas do artesanato, da gastronomia, as crenças, os mitos e os rituais das cinco aldeias existentes em Palmeira dos índios, município onde moram 7 mil índios, dos quais apenas 2.500 moram em aldeias. O professor e coordenador do curso de Turismo do Cefet, Herbert Freire de Araújo, explicou que o trabalho será planejado de forma a não acelerar o processo de aculturação dos povos indígenas, já que, futuramente, os turistas entrarão na aldeia e conhecerão, através dos próprios índios que servirão como condutores culturais, os costumes e tradições dos primeiros habitantes do Brasil. Atividade voluntária Herbert Araújo falou da importância desse trabalho para os alunos de Turismo, salientando que além de ser uma atividade voluntária é um aprendizado profissional. Pensando em preservar a história dos índios, iremos restringir o acesso dos turistas a alguns rituais primitivos. Essa é uma atividade voltada para o Ecoturismo, portanto, a proposta é apresentar aos outros povos o que se passa dentro de uma comunidade indígena, mas sem descaracterizá-la. Iremos acompanhar o impacto cultural que essa experiência irá nos proporcionar. Mulheres indígenas A presidenta do Comitê Intertribal de Mulheres Indígenas em Alagoas, Graciliana Selestino, considera o programa uma ação valiosa porque promoverá o contato entre os povos. Segundo ela, os índios receberão instruções de como ensinar o cotidiano das aldeias aos turistas, além de apresentar palestras explicando as diferenças entre o passado e o presente da realidade vivida pelos índios. É um trabalho de resgate cultural e revitalização da história do nosso povo. Potencial Uma das alunas envolvidas no projeto, Maria Catharina Castro, destaca a importância de aprender, desde o início, a planejar o desenvolvimento turístico de uma cidade. Esse trabalho não nos obriga a esquecer o sol e o mar como uma característica marcante do nosso Estado, mas nos faz valorizar outros aspectos e destacar o potencial cultural de Alagoas e do País, destacou.