Incra e Minist�rio fazem jogo de empurra
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário não estão se entendendo quanto ao número de famílias supostamente assentadas, em Alagoas, ano passado. De um lado, o ministério alega que não possui os
Por | Edição do dia 28/04/2002 - Matéria atualizada em 28/04/2002 às 00h00
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário não estão se entendendo quanto ao número de famílias supostamente assentadas, em Alagoas, ano passado. De um lado, o ministério alega que não possui os dados dos assentamentos alagoanos. Do outro, o Incra garante que envia regularmente toda a documentação a Brasília. Consultado durante a semana, o setor de comunicação do Ministério do Desenvolvimento Agrário enfatizou que Brasília não dispõe de nenhum número sobre os assentamentos alagoanos. A reportagem da GAZETA tentou localizar os dados no site do ministério, mas também não há nada que fale em assentamento em Alagoas Segundo o presidente do Incra, José Quixabeira Neto, que apresentou todos os números da reforma agrária em Alagoas em 2001, sua equipe manda com freqüência tudo que acontece para a sede do instituto em Brasília. Acredito que houve falhas no setor de comunicação do ministério, que deveria ter em mãos todos esses dados, frisou o superintendente. Divergências A situação piora quando são confrontados os números do Incra e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), que, segundo o coordenador regional Ercílio Leandro, não teve nenhuma família assentada em 2001. O que é negado de imediato por Quixabeira, ao declarar que o MST é o movimento que mais foi beneficiado com assentamentos ano passado. Temos cerca de oito mil famílias lutando pelo pedaço de terra e ocupando 57 fazendas, mas desde 1999, nossos processos estão parados no Incra, assegurou Ercílio. Já o superintendente do Incra atestou que foram assentadas 280 famílias do MST em sete imóveis alagoanos. Somente o Movimento dos Trabalhadores (MT) não teve famílias assentadas em 2001, uma vez que as terras pleiteadas pelo movimento estão sub judice, ressaltou Quixabeira.