Rec�m-nascido morre afogado em barraco inundado pela chuva
As chuvas que caíram ontem na Capital provocaram uma tragédia na favela do Jaraguá: a morte de um recém-nascido. Emerson Eranir dos Santos, de um mês e 15 dias, morreu afogado ao cair da cama onde dormia junto com os pais num barraco da favela do Jaragu
Por | Edição do dia 02/05/2002 - Matéria atualizada em 02/05/2002 às 00h00
As chuvas que caíram ontem na Capital provocaram uma tragédia na favela do Jaraguá: a morte de um recém-nascido. Emerson Eranir dos Santos, de um mês e 15 dias, morreu afogado ao cair da cama onde dormia junto com os pais num barraco da favela do Jaraguá. O barraco foi inundado pelas águas, provocando o afogamento do bebê. No momento da queda, os pais do menino estavam dormindo e quando acordaram se depararam com o filho morto no chão. O corpo de Emerson deu entrada por volta das 11h30 no Instituto Médico Legal (IML), sendo levado pela mãe Ana Claudia Laurentino da Silva, que providenciou o sepultamento. Essa foi a única morte por afogamento registrada no feriado do Dia do Trabalhador. Até o início da noite, o IML havia recebido mais cinco corpos, sendo quatro vítimas de homicídio três ocorridos na Capital e um no interior - e um caso clínico. Deslizamentos Apesar da intensidade das chuvas, o Corpo de Bombeiros registrou apenas duas ocorrências: um deslizamento de uma barreira na Rua Marquês de Abrantes, em Bebedouro, e a ameaça de queda de uma árvore sobre uma casa no Mutange. Mesmo assim, as equipes do Corpo de Bombeiros ficaram de prontidão durante todo o dia de ontem. O deslizamento da Rua Marquês de Abrantes, por sorte, não deixou vítimas e nem causou nenhum dano material. Só fez José Severino dos Santos, que reside há 33 anos no local, ter muito trabalho para retirar todo o barro e a água que invadiram sua casa. Ele relatou que a queda da barreira ocorreu por volta das 3h30 da madrugada, quando todos da casa ainda estavam dormindo. Foi um barulho terrível e meu filho pulou da cama assustado e todos acabaram acordando. Os vizinhos também se assustaram com o estrondo provocado pelo deslizamento da barreira. No local, ainda havia o risco da queda de uma árvore, que ficou pendurada no alto da barreira. Segundo os moradores da região, o risco de novas quedas de barreira é iminente, já que estão sendo construídas casas na parte de cima e seus proprietários instalaram uma valeta que despeja toda a água para a parte de baixo. No bairro de Bebedouro, o nível do Riacho Silva também subiu e chegou a transbordar em alguns pontos. O acesso à antiga sede da Epeal, onde hoje funcionam diversos órgãos da prefeitura, ficou completamente alagado. Para sorte dos trabalhadores desses órgãos, não houve expediente por causa do feriado do Dia do Trabalhador. O Distrito Industrial Luiz Cavalcante voltou a sofrer com as inundações nas proximidades da Fábrica da Coca-Cola. Nem a sede da Associação dos Industriais do Distrito (Adedi) escapou à inundação. O PM-box instalado no local ficou totalmente ilhado. No bairro da Levada, o Canal das Águas Negras transbordou, dificultando o acesso ao Mercado da Produção. Muitos motoristas que se arriscaram a fazer a travessia da área inundada acabaram ficando com os veículos no meio do caminho. Houve ainda alagamentos em pontos isolados nos bairros do Tabuleiro do Martins, Clima Bom e Barro Duro. As chuvas acabaram mudando a programação de quem pretendia passar o feriado na praia. O tempo só começou a melhorar no início da tarde.