Produ��o de arroz ganha novo incentivo

Fernando Vinícius Repórter Igreja Nova - A Usina de Beneficiamento de Arroz (UBA) instalada com recursos do governo federal em Igreja Nova, município da região do Baixo São Francisco alagoano, foi comprada por um empresário do Rio Grande Norte. Ivanílson Araújo, dono do Grupo Santana, foi o único interessado em arrematar a indústria leiloada por seu preço mínimo, R$ 1 milhão e 340 mil. ### Dinheiro deve ser utilizado em insumos Sem capital de giro e endividados com os agentes financiadores dos plantios por causa da perda da safra provocada por enchentes e até por uma praga de ratos que dizimou arrozais em 2000, os produtores não puderam assumir o controle da fábrica. Eles já tinham passado por uma experiência fracassada quando criaram a Cooperativa dos Produtores de Arroz, Peixe e Frutas dos Distritos Irrigados de Boacica e Itiúba (Coofap) para administrar a UBA graças a um contrato de comodato firmado entre produtores e governo estadual. Restou a opção da privatização, concretizada pela compra pelo grupo potiguar por R$ 1 milhão e 340 mil, quantia que deve ser revertida na compra de sementes selecionadas para revitalização da rizicultura na região do Baixo São Francisco. FV ### Arroz é vendido abaixo do preço para atravessadores Para o presidente do conselho que administra o distrito Boacica, Manoel Roque Gregório dos Santos, mais conhecido como Manuel Mateus, o valor ideal para um alqueire de arroz é de R$ 100. Há mais de 20 anos trabalhando como rizicultor, ele terminou de colher sua safra em 11 de março, conseguindo produtividade de mais de 9 toneladas por hectare, média considerada “ótima”. Ele e outro produtor de nome Lacerda podem se considerar privilegiados porque foram selecionados para plantar em seus lotes uma variedade de sementes de alta qualidade, a Rio Formoso, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). FV ### Deficiência do sistema de irrigação eleva prejuízos Igreja Nova, AL - A baixa no preço vai aumentar o prejuízo de Ronaldo Rodrigo dos Santos, que ensacava o arroz com ajuda de outros pequenos produtores quando a Gazeta chegou para acompanhar o trabalho. Além de usar sementes de baixa qualidade, ele viu a estimativa de encher 500 sacas ser reduzida para apenas 120, cada uma com 54 quilos em média. O motivo da queda está relacionado à quantidade de água em seus dois lotes, volume que deveria ser menor se as estações de bombeamento estivessem funcionando plenamente. Manoel Mateus estima que apenas 35% da capacidade do sistema implantado para irrigar os lotes e impedir perdas do plantio por conta de inundações esteja funcionando. Ronaldo lamenta a forte chuva que caiu nos últimos 15 dias. FV *** “É preciso investir em recursos humanos” Por enquanto, os trabalhos de recuperação da Usina de Beneficiamento de Arroz (UBA) estão restritos à reconstrução da cerca e limpeza das áreas externas e pátio da indústria. A avaliação do maquinário está a cargo de Antônio Carlos Tolentino Dill, o “Tonhão”. Ele montou os equipamentos da fábrica e se instalou em Igreja Nova onde montou uma pequena empresa especializada na montagem e recuperação de equipamentos industriais. |FV ///