| Fátima Almeida Repórter Na última terça-feira, dia 30, os irmãos Vitor e Leonardo (os nomes foram trocados para preservar a identidade das crianças, a pedido dos pais adotivos), de 4 e 9 anos de idade, embarcaram para a Itália, com passagem só de ida. Mais do que um sonho que eles nem ousavam ter, a viagem significa, para as duas crianças nascidas em meio à miséria de uma família pobre e numerosa, na periferia de Maceió, o passaporte para uma nova vida, em um novo país, com uma nova família e novas perspectivas. A mudança radical inclui uma nova cidadania. É como se a vida lhes desse uma nova chance de renascer; de apagar as feridas da vida sofrida e reconstruir as bases para recomeçar. ### Burocracia emperra processo de adoção Para a maioria das crianças disponíveis para adoção, que já passaram dos três anos de idade, a adoção internacional é a esperança que vem de fora. Mas o excesso de burocracia é apontado como a principal dificuldade, que faz muita gente desistir. Os mais persistentes vencem as dificuldades e conseguem, mas a lentidão acaba desperdiçando um tempo precioso da vida das crianças para reconstruir uma família. Nicola e Rosa estão habilitados há mais de dois anos para adoção no Brasil, e desde janeiro estão com o processo de adoção dos dois irmãos alagoanos em andamento. ///