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Maceió é a 3ª capital do Nordeste com mais escolas em zonas de calor
48,3% das escolas em Maceió estão localizadas em áreas com desvio de temperatura de pelo menos 3,57ºC acima da média urbana
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Estudo recente realizado pelo Instituto MapBiomas e analisado pelo Instituto Alana mostra que 48,3% das escolas em Maceió estão localizadas em áreas com desvio de temperatura de pelo menos 3,57ºC acima da média urbana. Esse é o terceiro maior percentual do Nordeste e o 8° do Brasil. Além do calor excessivo, o material mostra que Maceió também enfrenta desafios significativos em relação à disponibilidade de áreas verdes nas escolas e em seus arredores. Isso porque 49% das unidades escolares situadas na capital não possuem áreas verdes em seus terrenos
Para minimizar os impactos das altas temperaturas, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e a Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) estão implementando medidas para melhorar o conforto térmico nas escolas, como a instalação de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.
Na rede municipal de Maceió, até 2021 não havia unidades escolares totalmente climatizadas, segundo a atual gestão, que informa que até janeiro último 43 unidades foram totalmente climatizadas e 55 estão com projetos de requalificação elétrica em andamento.
A gestão municipal conta que o objetivo é atingir 100% da rede climatizada, que conta com 157 unidades, entre escolas e creches. No entanto, nem todas as unidades têm conseguido usufruir das melhorias.
A Escola Municipal Zumbi dos Palmares, no bairro do Clima Bom, em Maceió, por exemplo, enfrenta dificuldades devido ao calor excessivo nas salas de aula. A direção da unidade denuncia que, apesar da instalação de aparelhos de ar-condicionado há mais de um ano, os equipamentos ainda não foram ativados, gerando insatisfação entre alunos e professores.
Além disso, a escola sofre com obras inacabadas, como a construção de uma quadra de esportes, e a falta de poda das árvores ao redor da unidade, o que tem causado infiltrações em períodos chuvosos, de acordo com a direção.
Já a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informou que está enviando novos aparelhos de ar-condicionado para as escolas estaduais, mas não especificou a quantidade exata que será distribuída. Somente em 2024, o órgão diz ter investido R$ 5.970.900,00 na aquisição de 1.060 aparelhos de ar-condicionado, que foram distribuídos entre 63 escolas de 27 municípios alagoanos. Hoje, a Seduc afirma que mais de 60% das 312 escolas da rede pública estadual já são climatizadas.
Entre elas, estão as quatro escolas indígenas construídas pelo programa Escola do Coração, inauguradas este ano em São Sebastião, Água Branca, Pariconha e Traipu.
A instalação dos equipamentos acontece paralelamente aos serviços de revitalização da rede elétrica, quando necessário. Nessas situações, a Superintendência de Engenharia da Seduc elabora um projeto elétrico que é submetido à Equatorial Alagoas para aprovação e posterior instalação das subestações de energia elétrica, fundamentais para o funcionamento dos aparelhos.
Uma das escolas recentemente contempladas foi a Escola Estadual Gilvana Ataíde, localizada no bairro Santa Lúcia, em Maceió. A unidade recebeu 30 aparelhos de 24 mil BTUs, totalizando um investimento de R$ 173,7 mil.
Além da aquisição de novos equipamentos, a Seduc mantém um cronograma regular de manutenção dos aparelhos já instalados. Nesta semana, por exemplo, a Escola Estadual Eduardo Almeida, no bairro Garça Torta, em Maceió, recebeu uma equipe para realizar reparos nos climatizadores.