DENÚNCIA
MP afirma que estupro de jovem em Coité do Nóia foi premeditado
Jovem de 19 anos foi dopada, abusada sexualmente e espancada. Suspeito é um rapaz de 18 anos, que está foragido


O Ministério Público de Alagoas (MPAL) afirmou, em denúncia formalizada no dia 28 de fevereiro, que o estupro da jovem Maria Daniela Ferreira Alves, de 19 anos, em Coité do Nóia, Agreste de Alagoas, foi premeditado. O crime ocorreu na noite de 6 de dezembro do ano passado, após uma confraternização escolar.
A vítima foi dopada, estuprada, agredida e asfixiada, ficando em coma por cinco dias. Desde então, enfrenta graves sequelas e necessita de auxílio para atividades básicas.
De acordo com o promotor Sérgio Ricardo Vieira Leite, responsável pelo caso, o suspeito teria dopado a jovem para assegurar que o crime ocorresse sem resistência. Exames toxicológicos detectaram em seu sangue substâncias como Diazepam, Fenitoína, Haloperidol, Nordiazepam e Prometazina — medicamentos controlados com efeito sedativo.
"Assim que tomamos conhecimento do caso, iniciamos o acompanhamento mantendo os contatos necessários com as autoridades para saber sobre o andamento do inquérito, dos laudos periciais e fazendo todos os levantamentos que pudessem respaldar a denúncia. Trata-se de um crime bárbaro, cheio de agravantes, planejado, visto que o acusado, para o cometimento do crime, dopou a jovem para garantir que seus desejos sexuais acontecessem sem qualquer tentativa de impedimento", declarou o promotor.
O caso aconteceu em uma chácara no Sítio Poço, zona rural do município. Além do estupro, a vítima sofreu agressões físicas, comprovadas por hematomas em diversas partes do corpo. Um laudo neurológico apontou que a jovem ficou um período sem respirar, o que causou danos cerebrais.
"Havia indícios suficientes de autoria e materialidade, com depoimentos da vítima e testemunhas, documentos emitidos pelos médicos e pela polícia científica. Reforçamos a representação da polícia civil pedindo a decretação da prisão do autor, que se encontra foragido", acrescentou Sérgio Ricardo.
A vítima ficou internada por 19 dias, cinco deles em coma. A denúncia do MPAL detalha as sequelas físicas e psicológicas decorrentes do crime.
"Não há dúvidas, diante dos laudos, de que os efeitos colaterais de todos os medicamentos juntos poderiam causar um choque anafilático. As consequências da perversidade foram tão graves que ela fez uso de cadeira de rodas, de fraldas descartáveis e, até o momento, continua com algumas limitações", concluiu o promotor.
O suspeito, um jovem de 18 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, mas continuava foragido até a noite de ontem.