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Nº 5897
Coluna Religião Antes da abertura da Campanha da Fraternidade, católicos participaram do Retiro Arquidiocesano de Carnaval

Movimentos enxergam avanço com CF de 2021

Igreja Católica lançou a Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor"

Por Clariza Santos | Edição do dia 20/02/2021 - Matéria atualizada em 20/02/2021 às 04h00

Na semana em que a Igreja Católica lançou a Campanha da Fraternidade 2021, com o tema "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor", realizada pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), o movimento conservador da Igreja tem destinado ataques e críticas. O movimento defende que o tema quer deturpar os valores cristãos e defender pautas que eles chamam de “marxistas”.

Em Alagoas, movimentos defendidos pela Campanha de 2021, como de mulheres, negros e LGBTQIA+, desejam que a Igreja tenha “fôlego para aguentar as críticas”. Amanda Balbino, cientista social e ativista do movimento feminista Olga Benário, aponta que a campanha da fraternidade é um movimento importantíssimo da CNBB em levar às diversas comunidades paróquias e diocesanas o debate acerca de temas ligados a justiça social.

“Temas como esses que remetem a responsabilização das posturas sociais, de cristão da própria igreja e da sociedade como todo tem um impacto político forte. Principalmente no contexto político em que nosso país se encontra, essa divisão política também existe dentro da igreja e em períodos como o da própria campanha da fraternidade eles ficam ainda mais visíveis, o que é lamentável, pois o papel da igreja ela vem fazendo de forma coerente em oriente com clareza o perigo dos contextos de práticas violentas e opressivas”, disse Amanda.

Ela conta, ainda, que espera que a CNBB tenha fôlego e consiga minar o separativismo dentro da própria "Igreja Católica", pois “a campanha da fraternidade tem levado esperança a muitas pessoas de vulnerabilidade social neste país”.

O presidente do Grupo Gay Alagoas, Nildo Correia disse que enxerga avanço. “A igreja defende pautas como direitos LGBTQI+, que antes eram excluídas da agenda da igreja. Infelizmente, essas pautas ainda são vistas com maus olhos pelos conservadores, que não seguem o evangelho de Cristo, mas, sim de um mercado sangrento que ao longo do tempo excluiu direitos e massacrou muita gente”.

Felipe Guimarães, voluntário do Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego (CAERR), voltado a abrigar a população LGBTQ+ alagoana em situação de vulnerabilidade, crê que seja muito importante o apoio da CF, visto que o Brasil é um dos países onde mais se mata pessoas LGBTQIA+ do mundo, ganhando até de locais onde a homossexualidade é criminalizada.

“A religião não é e nunca foi inimiga das pautas LGBTQIA +, apesar de como apontam os fundamentalistas, o que ocorre é uma apropriação dos valores religiosos sendo utilizados para justificar os interesses políticos dos conservadores. Veja, há diversas coisas escritas na bíblia que são vistas como pecado, mas você não vê um movimento de pessoas furiosas nas ruas condenando essas atitudes”, pontuou Felipe Guimarães.

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