Símbolo da fé do povo nordestino, o Padre Cícero Romão tem um local especial no coração dos alagoanos. Em alusão aos 87 anos da sua morte, a Paróquia Nossa Senhora das Graças, no bairro da Levada, em Maceió, promoveu uma roda de conversa em uma live no último dia 19.

“Padre Cícero e a questão do Juazeiro” foi o tema do encontro que contou com a uma mensagem enviada pelo Padre Cícero José, reitor da Basílica de Nossa Senhora das Dores, no Juazeiro do Norte.

ROMEIROS

O bairro da Levada tem uma grande quantidade de romeiros que todos os anos se dirigem à cidade cearense. “Ele [Padre Cícero] sempre foi pelo caminho do perdão, dos ensinamentos de Jesus, com o desejo de que Juazeiro fosse conhecida por ser uma cidade de peregrinação, de fé”, disse o administrador da paróquia, o padre Gilvan Gomes.

“Se tem uma história conhecida que admiro nele, eu ouvi da boca de Dom Helder Câmara. Quando jovem, e ainda seminarista, foi até o Padre Cícero para que ele assinasse um jornal e recebeu a seguinte resposta: ‘Meu filho, esse jornal tem falado coisas horríveis de mim, mas te digo. Não guarde mágoa de ninguém, e para lhe ensinar isso, vou assinar esse pedido para que as pessoas também ajudem nesse seu trabalho de seminarista’. Então, é uma característica dele, um coração aberto e pronto para perdoar”, completou o padre Gilvan, sobre o que lhe inspira no Padre Cícero.

O sacerdote lembrou que ele sempre pedia para que toda residência no Juazeiro fosse uma casa de oração de trabalho. “Foi isso que também fez a cidade crescer. Isso é admirável ver alguém no século XIX que se preocupava com os mais pobres e excluídos”.

TRANSMISSÃO

A roda de conversa teve transmissão pelas redes sociais da paróquia e da Arquidiocese, contando com a participação de forma remota dos professores de História Pedro Lima Vasconcelos e Álvaro Queiroz.

O professor Pedro Lima refletiu sobre o milagre da hóstia e o professor Álvaro Queiroz apresentou características do contexto histórico em que surgiu a importância do Padre Cícero para o nordestino ao falar sobre o processo de construção de uma igreja própria, com as características do povo local.

Maria de Nazaré Magalhães acompanhou o encontro e falou da vontade de ir ao Juazeiro. “Tenho histórias de pessoas que foram ao local pagar promessas e dizem que é uma experiência muito bonita”, destacou Maria de Nazaré.