Certo dia, eu me encontrei numa longa fila na polícia federal, no aeroporto de Santiago (Chile). A espera foi longa e eu me cansei. Procurei, então, o atendente e lhe disse que era idoso e estava cansado. Ele, brutalmente me respondeu: “Aqui não é Brasil, onde idoso tem preferência!”. Eu retorqui: “Ainda dizem que este é um país civilizado!”. Voltei para a fila e agradeci a Deus por ser brasileiro.

Porém, tenho observado que, apesar das normas governamentais favoráveis aos idosos, estes nem sempre são bem tratados e respeitados por algumas pessoas, especialmente parentes e cuidadores. Cenas lamentáveis vemos muitas vezes na TV, nas quais idosos são maltratados por quem deveria tratá-los bem e com muito respeito. O idoso deu sua vida pelo bem de seus parentes e trabalhou para sustentá-los, mas, muitas vezes, no final da vida, quando não pode mais cuidar de si mesmo, é abandonado e maltratado.

O maltrato e a falta de respeito aparecem quando o idoso não recebe atenção, quando é marginalizado e esquecido, quando é tratado com dureza. Tratar o idoso com dureza pode acontecer até quando um cuidador, um enfermeiro, um parente obriga um idoso a fazer certos movimentos ou exercícios, que lhe causam muita dor porque lhe são impostos com muito rigor. É falta de respeito ao idoso vê-lo em pé num veículo e um jovem o vê, mas não cede o assento. É falta de respeito ao idoso vê-lo numa dificuldade e não ajudá-lo. É falta de respeito ao idoso, zombar de seu defeito físico ou de sua dificuldade em alguma situação embaraçosa.

Certamente o que mais dói no idoso é o esquecimento e a marginalização. Um fato típico acontece quando uma pessoa que, enquanto jovem foi ativa, procurada, elogiada, mas apenas tendo alcançado certa idade, logo é esquecida e não é mais procurada, mas tida e considerada como incapaz. Muitos olham para o idoso e dizem: ele está velho, não pode mais! Isso é uma facada no coração do idoso, que precisa ter grande união com Deus para receber essas humilhações, desprezos, desconsiderações com humildade e por amor a Deus. Não se deve tratar o idoso como imprestável, quando ele sabe e sente que ainda pode fazer muitas coisas boas. Não devemos esquecer que o idoso foi formado na universidade da vida!

Às vezes, por causa da má formação, da difícil personalidade, algum idoso tem de ser contrariado por alguns que tratam dele, mas isto não deve ser uma regra geral. A regra geral é respeitar o idoso e tratá-lo bem!