ARTIGO
66 anos de padre!
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Há muitos anos, eu ouvi, no seminário, o anúncio de que um padre da nossa Arquidiocese iria festejar sessenta anos de sacerdócio. Fiquei admirado, estupefato e pensativo: como um padre poderia chegar ao sessenta anos de sacerdócio?!
Hoje, fico mais admirado, mais estupefato e mais pensativo porque fui eu que no dia 14 deste mês de março de 2025, comemorei sessenta e seis anos de padre!
Ordenei-me sacerdote em Roma, no dia 14 de março de 1959. Na época eu não tinha a idade mínima exigida pelo direito canônico para me ordenar padre. Todavia, mandei um recado para santa Teresinha pela irmã dela, a Celina, e o bondoso cardeal Aloísio Magella me deu a devida permissão para minha ordenação sacerdotal.
Ordenei-me na Capela do Colégio Leoniano com alguns colegas brasileiros. O ordenante foi um bispo italiano de certa idade, que durante trinta anos fora prisioneiro na China comunista. Um Santo Bispo! A cerimônia de ordenação começou pelas oito da manhã e terminou por volta das onze horas. No colégio brasileiro onde vivia, fui recebido com muita festa e, nos três dias seguintes, célebrei minhas primeiras missas no túmulo de São Pedro, na basílica de Santa Maior e no Carmelo das carmelitas descalças.
Os dias precedentes e posteriores à minha ordenação sacerdotal eu os vivi mais no céu do que na terra, e assim mesmo aconteceu nestes dias de aniversário. E me lembrei do santinho de lembrança do dia em que recebi batina, em que estava escrito: “Quando a Igreja celebra a festa da Assunção, em 1947, eu subo trêmulo o primeiro degrau do sacerdócio... Recebo Batina. Senhor Jesus, eu tenho uma vontade tão grande de celebrar minha primeira missa! Assim, eu quero querer ser sacerdote para tua maior glória e salvação das almas;”