O ministro da Indústria, Comércio e Desenvolvimento, Sérgio Amaral, disse ontem que estudos preliminares indicam que as perdas do Brasil causadas pela imposição de sobretaxas nas importações de aço dos Estados Unidos seriam de cerca de US$ 80 milhões anuais. Ele explicou que esse montante equivale a cerca de 10% dos US$ 730 milhões de aço brasileiro exportado para o mercado norte-americano em 2001. O ministro observou que as novas cotas para o País anunciadas pelo governo dos Estados Unidos aumentaram a margem para a exportação do aço semi-acabado de 2,1 milhões de toneladas para 2,5 milhões de toneladas. Segundo ele, 70% das exportações para os Estados Unidos foram de aço semi-acabado. Amaral disse também que “o Brasil foi um dos menos atingidos entre outros países produtores, mas apesar disso consideramos o princípio (sobretaxação) inaceitável e vemos nisso um mau sinal, ainda mais num momento de negociações multilaterais na OMC”. Cautela O ministro informou que o governo brasileiro já pediu consultas junto ao governo dos Estados Unidos, mas ainda não tem decisão tomada se apresentará reclamação à OMC. De acordo com Amaral, “ainda é difícil responder se vale a pena entrar na OMC”. Amaral disse que essa decisão vai depender de uma conjunção de fatores. Entre eles, a avaliação do setor privado brasileiro de aço, a reação de outros países produtores e os resultados dos contatos entre os governos brasileiro e norte-americano. Temor Segundo analistas, o temor é de que o País se coloque em uma situação delicada ao reclamar na OMC. O Brasil foi um dos menos prejudicados no processo e a reclamação pode fazer o governo americano endurecer em relação ao aço brasileiro.