Sider�rgicas insistem em reajuste de at� 10%
São Paulo - Montadoras de veículos, fabricantes de autopeças e eletrodomésticos enfrentam uma dura rodada de negociações de preços com seus fornecedores de aço. As siderúrgicas querem reajustes de 9% a 10% a partir de abril. Nem mesmo a queda do dólar e a
Por | Edição do dia 15/03/2002 - Matéria atualizada em 15/03/2002 às 00h00
São Paulo - Montadoras de veículos, fabricantes de autopeças e eletrodomésticos enfrentam uma dura rodada de negociações de preços com seus fornecedores de aço. As siderúrgicas querem reajustes de 9% a 10% a partir de abril. Nem mesmo a queda do dólar e a sobretaxa imposta pelos Estados Unidos às exportações do produto abriram perspectivas de algum recuo por parte das três maiores empresas do setor nas negociações que se arrastam desde janeiro. A BSH Continental Eletrodomésticos, que consome cerca de 5,5 mil toneladas mensais de aços planos, está negociando reajustes de 9% a 9,5%, escalonados em duas ou três vezes, com a Cosipa, Usiminas e CSN. Dificuldades O diretor industrial da BSH, Walter Santos, diz que esses aumentos poderiam ser reavaliados diante da queda do dólar e das barreiras impostas ao produto brasileiro, o que, teoricamente, poderia resultar em maior oferta do aço no mercado nacional. Mas a argumentação das siderúrgicas se mantém. Elas alegam que por causa dos elevados investimentos em tecnologia há necessidade de repassar aumentos de custos para os preços. Santos afirma estar surpreso com a nova rodada de aumentos porque o último reajuste no setor, de 9%, ocorreu no segundo semestre de 2001. Segundo ele, a BSH ainda não conseguiu repassar esse aumento para o preço final dos eletrodomésticos. Não temos condições de assumir novos aumentos como os que estão sendo pleiteados. A dificuldade em repassar aumentos para o preço público dos automóveis também é o principal argumento das montadoras. O reajuste solicitado varia de 9% a 10%, o que representaria, no preço do carro ao consumidor, aumento médio de 1,5%. O mercado de veículos hoje é movido a descontos nos preços que chegam a 10%. Autopeças Os fabricantes de autopeças também estão na mesma situação. Até agora, o máximo que conseguiram foi uma proposta de parcelamento do índice em três vezes. Temos receio de que o governo aprove medidas de proteção à indústria local, o que dará ainda maior força às siderúrgicas, diz Mário Milani, da Sogefi fabricante de freios.