A repercussão da tragédia ambiental que espalha óleo pelo litoral nordestino fez com que os turistas pusessem “freios” nas compras de pacotes de viagens para Alagoas. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH-AL), as consultas esfriaram. “A gente deveria estar com o réveillon, Natal e janeiro mais aquecidos, e a gente sente esse esfriamento nas consultas. Então isso daí está sendo preocupante”, revela o presidente da entidade, Milton Vasconcelos. Segundo Vasconcelos, prejuízos, de fato, ainda não há. “Não conseguimos identificar prejuízo em grande escala. Não existiu cancelamento. O que há é uma ansiedade muito grande na consulta”, afirma. O óleo que mancha as águas das praias tem manchado também a reputação dos destinos turísticos, que são fonte de renda para toda uma cadeia produtiva. Balneários famosos internacionalmente como Maragogi já foram afetados pelas manchas. Em São Paulo, segundo o Procon daquele Estado, as primeiras reclamações de consumidores que tiveram suas viagens de turismo ao Nordeste prejudicadas pelas manchas de óleo nas praias começaram a chegar. O órgão entrou em contato com companhias aéreas, agências e hotéis para recomendar que remarquem datas de viagens. Segundo o Procon-SP, as empresas de turismo fornecedoras das viagens não podem ser multadas porque não foram elas que provocaram o vazamento do óleo, mas é recomendável que entrem em acordo com seus clientes para encontrar datas alternativas, de modo que os viajantes não sejam prejudicados. Segundo Milton Vasconcelos, há uma cobrança para que os órgãos competentes tenham um solução imediata. Enquanto isso, o setor tenta tranquilizar os turistas. “A gente tranquiliza dizendo que o aproveitamento da viagem vai ser semelhante e não vai ocorrer problemas”. Outro argumento utilizado pelo setor é de que até agora não houve um aparecimento rotineiro no mesmo local, e concluem que se já apareceu é provável que não apareça mais.Outra defesa que o presidente da entidade faz é de que a atuação para retirada das manchas tem sido ágil e que “os órgãos ambientais estão dando conta do recado”. A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) foi procurada para que respondesse quais ações estão sendo tomadas para reforçar a imagem do destino turístico Alagoas diante do público. No entanto, a assessoria de imprensa do órgão não respondeu os questionamentos.
INVESTE TURISMO
Em junho deste ano, os municípios de Barra de Santo Antônio, Japaratinga, Porto de Pedras, Maragogi, São Miguel dos Milagres - que integram a Costa dos Corais - e Maceió foram contemplados pelo programa Investe Turismo, com uma série de ações de investimentos, incentivos a novos negócios, acesso ao crédito, marketing, inovação e melhoria de serviços voltados para o setor de Turismo. A iniciativa do Ministério do Turismo contempla 26 regiões turísticas dos nove estados nordestinos, beneficiando 58 municípios da região com investimentos iniciais de R$ 200 milhões. A ideia do governo federal é que os projetos a serem implementados aumentem a qualidade da oferta turística das rotas selecionadas em todas as regiões brasileiras. "Vamos aproveitar todas as belezas dessa que é uma das mais belas costas litorâneas do mundo, ampliando as oportunidades de investimentos e apoiando a geração de novos negócios que qualifiquem a experiência do turista. É hora de converter nosso potencial turístico em negócios, empregos e renda", defende o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Além da Costa dos Corais e Maceió, os investimentos contemplarão destinos como Fernando de Noronha, Canindé de São Francisco (SE), Porto Seguro (BA), Jericoacoara (CE) e Cabedelo (PB).
*Sob supervisão da editoria de Economia