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Nº 5868
Economia

APENAS 19% DAS EMPRESAS TÊM POLÍTICA DE COMBATE À VIOLÊNCIA

No Brasil, estima-se que 536 mulheres foram agredidas, por hora, em 2018, aponta levantamento

Por Folhapress | Edição do dia 28/12/2019 - Matéria atualizada em 28/12/2019 às 06h00

O estudo mostra ainda que as empresas estrangeiras tendem a se preocupar mais
O estudo mostra ainda que as empresas estrangeiras tendem a se preocupar mais - Foto: ARQUIVO GA
 

São Paulo, SP – Levantamento com 311 empresas no Brasil mostrou que apenas 19% delas desenvolvem políticas e ações de apoio a funcionárias vítimas de violência doméstica. No Brasil, estima-se que 536 mulheres foram agredidas, por hora, em 2018.

A pesquisa partiu de um trabalho conjunto entre o Instituto Maria da Penha, o Instituto Vasselo Goldoni e o Talenses Group, grupo empresarial de recrutamento profissional. Foram enviados formulários online para as empresas participantes. Entre as que desenvolvem políticas e ações de combate ao problema, 11% declararam que esse engajamento se dá por meio de campanhas de sensibilização e conscientização.

Somente 9% têm um canal de ouvidoria para apoio à mulher. Na mesma proporção, as companhias oferecem serviço de psicologia fora de suas sedes e apoio jurídico. Um percentual inferior, de 4%, oferece suporte por meio de uma rede de apoio constituída por mulheres vítimas de violência.

Empresas que oferecem atendimento psicológico no próprio ambiente de trabalho totalizam 5%. Os dados mostram ainda que 13% das empresas declararam não saber se têm mecanismos de enfrentamento à violência doméstica. Em contrapartida, 68% das empresas consultadas consideram necessário dedicar tempo à abordagem da violência doméstica sofrida por funcionárias. Outro indicador importante no estudo é relativo ao perfil das empresas que mais se empenham em iniciativas desse tipo. As de grande porte são as que mais se comprometem quanto ao enfrentamento à violência doméstica. Ao todo, 25% das empresas com um quadro de 499 funcionários ou mais investem nisso. Entre aquelas que têm até 99 empregados, a proporção das que estruturam ações e políticas é de 17%, ficando em segundo lugar na lista. Já entre as companhias da faixa intermediária, com um quadro de pessoal entre 100 e 499 pessoas, 11% têm iniciativas para abordar a violência contra a mulher.

No que concerne ao tipo de gestão, constatou-se que 21% dos negócios classificados como profissionais decidiram colaborar com o combate à violência doméstica dessa forma, ante 15% das companhias administradas por famílias. O estudo mostra ainda que as empresas estrangeiras tendem a se preocupar mais. Ao todo, 22% delas contam com ações e políticas. No grupo das nacionais, o número é de 17%.

26% das empresas ouvidas afirmaram que monitora os casos de violência contra funcionárias e intervém, contra 55% que declarou não fazê-lo. Dentre as justificativas apresentadas destacam-se as seguintes: não está na agenda prioritária da organização (33%); dificuldade de mensurar e controlar (13%) e falta de apoio da liderança (12%).

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