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Nº 5897
Economia Cidade deserta: a pandemia de coronavírus vai afetar setor de turismo em Alagoas

CORONAVÍRUS CAUSARÁ PREJUÍZO DE R$ 1,5 BI NO TURISMO DE ALAGOAS

Dados da ABIH-AL levam em conta ocupação média anual, oferta de leitos e despesa média por turista

Por Da Redação | Edição do dia 01/04/2020 - Matéria atualizada em 01/04/2020 às 06h00

O setor turístico alagoano estima um prejuízo de R$1,5 bilhão nos próximos nove meses em decorrência da pandemia do coronavírus, que fechou cerca de 90% dos meios de hospedagens e paralisou quase que totalmente as atividades turísticas no estado. Os dados - feitos pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Alagoas (ABIH-AL) e Maceió Convention & Visitors Bureau (MV&VB) - levam em conta a ocupação média anual, oferta de leitos e despesa média por turista, que juntos devem anular a geração de receita nos meses de abril, maio e junho. Segundo o levantamento, o prejuízo sem precedentes considera a perda total de uma ocupação média de 70% no segundo trimestre e de metade dessa ocupação no terceiro, em uma oferta de aproximadamente 40 mil leitos, que inclui hotéis, pousadas, segundas residências e imóveis de locação destinados ao turismo, além de um gasto de R$ 350 por turista ao dia. A análise, para o presidente do MC&VB, Glênio Cedrim, pode resultar em uma previsão ainda pior, já que o cenário é nebuloso. “Além de não haver previsão para que tudo se normalize, o nosso produto é totalmente perecível. Ou seja, o que deixamos de vender não estocaremos nem produziremos mais tarde e, sendo assim, nosso prejuízo será bem maior do que o calculado. Em abril, maio e junho devemos perder toda a ocupação prevista, enquanto em julho, agosto e setembro haverá uma redução de no mínimo 50%. Mesmo no quarto trimestre, ainda perderemos cerca de 25% da ocupação”, relata o presidente do MC&VB, Glênio Cedrim. Diante da situação do setor, responsável por gerar cerca de 160 mil empregos em mais de 50 cadeias produtivas interligadas no estado, a ABIH-AL aguarda um posicionamento do governo federal com ações emergenciais específicas para a hotelaria. “Estamos em negociação com os governos municipais e estadual, que já começaram a aprovar algumas medidas econômicas em benefício dos empresários, e esperamos do governo federal o comprometimento com um setor que movimenta bilhões por ano. Nossa preocupação é conseguir manter os postos de trabalho, precisamos de uma ajuda efetiva com a folha dos colaboradores”, declarou o presidente da associação, André Santos. De acordo com o empresário, a Medida Provisória anunciada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no último dia 16 deste mês, não representa uma solução para a hotelaria, o segmento mais afetado do turismo. Isto porque o entendimento do trade turístico alagoano e brasileiro é de que não se trata de um prejuízo imediato, mas da desarticulação de toda a cadeia turística com riscos de prejuízos permanentes para o país. A hotelaria em Alagoas gera cerca de 7,5 mil empregos diretos no estado, entre associados e não associados à ABIH-AL. Com a necessidade de suspensão das atividades dos meios de hospedagem, as empresas, em parceria com os sindicatos, já anunciaram férias coletivas para os colaboradores. “É natural que em uma situação como essa hajam demissões e isso já começou a acontecer de forma pontual. Com o passar do tempo e a recuperação gradativa do setor, estes postos devem voltar”, alertou. A recomendação da associação é que os meios de hospedagem paralisem suas atividades a partir do dia 1° de abril, próxima quarta-feira. A decisão leva em conta as orientações da Organização Mundial de Saúde e medidas preventivas dos decretos governamentais, além da redução de cerca de 90% das operações aéreas no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares.

Como a Gazeta de Alagoas mostrou na edição desta terça-feira (30), os prejuízos não estão restritos ao setor de turismo. A prorrogação do decreto de emergência vai agravar os prejuízos no comércio. O centro de Maceió gera mais de sete mil empregos diretos, sem contar ambulantes e feirantes, segundo dados da Aliança Comercial.

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