Após a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL) lamentar a decisão do governador Renan Filho (MDB) de decretar, até o dia 20 de abril, a paralisação das atividades do setor produtivo no Estado, a Aliança Comercial de Maceió divulgou nota ontem se contrapondo à decisão do chefe do Executivo estadual e externando descontentamento com a medida. A entidade reforçou que as perdas com o isolamento social obrigatório ao setor terciário deve resultar em prejuízo de R$ 1,6 bilhão e em uma perda de mais de 1.700 vagas de emprego no comércio da capital. “A Aliança Comercial vem a público externar o seu total descontentamento em relação à decisão tomada pelo governador do estado em dar continuidade ao fechamento das lojas se estendendo até o dia 20 de abril, paralisando as atividades comerciais, comprometendo toda uma cadeia que já vem sentindo as dificuldades e a crise que assola toda a economia”, consta na nota assinada pelo presidente da entidade, José Guido Júnior. Na publicação, a Aliança Comercial destacou os dados de que o setor terciário tem uma representatividade de 49% do PIB de Alagoas e é responsável por empregar 66% dos trabalhadores celetistas e 83,33 dos empreendimentos existentes, respondendo por 44% da arrecadação de IMCS no Estado e chamou a atenção de que as perdas diárias do setor são estimadas em R$ 53 milhões nas atividades do comércio e de serviços. “Com a prorrogação até 20 de abril, o prejuízo acumulado será de R$ 1,6 bilhão”, pontuou. “Diante disto estima-se uma perda de mais de 1.700 empregos, apenas no Centro de Maceió conforme pesquisa feita pela Aliança. Mediante ao que aqui foi exposto, a Aliança Comercial se contrapõe a decisão do governador e solicita que haja bom senso entre as partes. Não há desenvolvimento sem trabalho e todos merecem e devem estar juntos nesta caminhada”, reforçou na nota o presidente da entidade. José Guido Júnior considerou ainda que é enfrentar a pandemia da Covid-19, que atinge o mundo inteiro, reconheceu o o momento que todos atravessam é difícil, “mas se faz necessário encontrarmos meios onde possamos equilibrar os interesses econômicos e sociais”. Após a postagem na rede social da entidade no Instagram, várias internautas e lojistas também teceram críticas à manutenção da suspensão das atividades do comércio e principalmente às perdas de postos de trabalho. “Triste realidade. Sei que temos que nos cuidar com relação a saúde. Mas o desemprego, a fome também afeta e muito a saúde de todos. E existem várias formas de se combater. Isolamento pra grupos de riscos, evitar aglomeração, higiene e deixar a vida seguir e as pessoas trabalharem. Mas pra mim isso não é pensar na saúde da população, isso [o decreto] é pensando apenas neles politicamente. Essa é a minha opinião”, declarou Glauciete Cavalcante.