app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5897
Economia

FALTA DE BANCOS DEIXA MILHARES DE ALAGOANOS SEM ALTERNATIVA

Dados do Sindicato dos Bancários de Alagoas mostram que 30 cidades alagoanas não têm agências bancárias

Por william makaisy | Edição do dia 25/04/2020 - Matéria atualizada em 25/04/2020 às 06h00

Com a falta de agências bancárias e em tempos de pandemia do novo coronavírus, a população de 30 dos 102 municípios alagoanos não conta com o auxílio de bancos para realizar qualquer tipo de atividade financeira. Sem puder usar transporte pública intermunicipal devido ao decreto do governo de Alagoas que proibiu o trânsito de coletivos entre os municípios alagoanos, pagar conta ou sacar dinheiro nessas cidades se tornou um pesadelo. De acordo com documento do Sindicato dos bancários de Alagoas (Sindbancários-AL), uma parte dos municípios não conta com agências bancárias e precisa frequentemente visitar cidades vizinhas para resolver seus problemas financeiros. Atualmente 72 municípios contam com agências. Para o presidente do Sindicato dos bancários de Alagoas, Márcio dos Anjos., a falta de agências bancárias é danosa tanto para os municípios quanto para a população. “A falta de agências bancárias é extremamente prejudicial para o município e para o cidadão, tangendo o viés financeiro e social. Para exemplificar, se eu não tenho um banco na minha cidade e eu recebo proventos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), eu vou para outro município que tenha agência bancária para receber”, explica. “Então, quando eu digo que o dano é financeiro e social, é porque o cidadão vai ter que se deslocar para outra cidade para receber, correndo risco tanto de assaltos quanto de acidentes na viagem. Além dos gastos financeiros com transporte para ir e vir. Esse é apenas o lado do cidadão, quando tocamos no viés do município o que acontece é que o cidadão em questão possui necessidades, sejam elas alimentares ou de saúde, e ele está em uma cidade diferente e com o dinheiro que retirou, então ele vai gastar o dinheiro lá, deixando assim de girar o comércio da sua própria cidade”, relatou. Outro ponto que o presidente cita como importante é a existência de bancos públicos e privados nos municípios alagoanos, uma vez que os bancos públicos possuem um viés mais social, diferente das instituições financeiras privadas, que possuem apenas o viés do lucro. Como tal, a ausência de agências em determinados municípios se daria pelo banco não julgar proveitoso, financeiramente falando, possuir uma filial naquele lugar.

JEQUIÁ DA PRAIA

Entre os municípios que não possuem agências bancárias podemos citar a cidade de Jequiá da Praia, tendo como justificativa dos bancos, segundo o secretário de Finanças da Prefeitura, Hamilson Soriano, a falta de lucro em abrir uma filial em um lugar onde a população é pequena. “Nós já entramos em contato com superintendência dos bancos alagoanos várias vezes, pedindo que eles abrissem algo aqui, mas não mostram interesse por conta do tamanho da população. O mais próximo disso foi um banco que demonstrou interesse mas que abriu uma agência apenas em Coruripe, cidade vizinha a nossa”, contou o secretário. “A economia da nossa cidade é muito afetada por conta dessa ausência de agências. O comerciante aqui não tem lucro, porque quando alguém precisa vai para a cidade vizinha para receber dinheiro e acaba gastando por lá mesmo. E não adianta fazer muita coisa, porque sempre que tentamos contato os bancos deixam claro o desinteresse em abrir centrais aqui em Jequiá”, disse Hamilton Soriano.

POPULAÇÃO

A falta de centrais de atendimento financeiro é sentida principalmente pelos moradores dos municípios que não possuem, como é o caso de Elton Sobral, que diz ter que viajar sempre que precisa resolver suas pendências. “Toda a população sofre com essa falta, porque isso não afeta apenas alguns, afeta a todos, e a economia e o comércio da cidade, de forma geral também. Sempre que precisamos resolver algo nos deslocamos para cidades vizinhas, como Coruripe, São Miguel ou até mesmo Maceió. Essa viagens geram gastos, e é nesse ponto que afeta a economia de Jequiá da Praia, porque passamos a gastar nosso dinheiro em outros municípios”, relatou o jovem. “Temos aqui uma casa lotérica que serviria para amenizar essa situação, porém passamos por mais problemas. A lotérica só possui dois caixas funcionando, e eles funcionam um em cada horário, ou seja, é um caixa para uma cidade. Em época de pagamento de salário as pessoas chegam a fazer fila na porta e muitas vezes quando conseguem ser atendidas o sistema cai”, contou.

Sob supervisão da editoria de Economia.

Mais matérias
desta edição