Os serviços prestados em Alagoas recuaram 8,6% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços divulgada nesta terça-feira (12), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a sexta pior retração do País. De acordo com os dados, o Amapá registrou a maior retração nessa base de comparação, com 13,2%. Em seguida aparecem o Rio Grande do Norte (-12,4), Bahia (-12%), Mato Grosso (11,4%) e Piauí (-10,5%). Na comparação com fevereiro, a retração do setor de serviços alagoano atingiu 7,3% em março. Com o isso, os serviços prestados em Alagoas acumulam uma queda de 4,2% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2019. É o sexto pior desempenho do País, segundo o IBGE. O Piauí encabeça o ranking negativo, com uma retração de 7% no período. Em seguida aparecem a Bahia (-6,8%), Amapá (-5,3%), Roraima (-4,7%) e Rio Grande do Sul (-4,6%). A queda de março acontece em decorrência do decreto emergencial de isolamento decretado pelo governo de Alagoas no dia 16 de março. Na ocasião, o documento suspendeu eventos de qualquer natureza com público superior a 500 pessoas em locais abertos e de 100 pessoas em locais fechados. Além disso, o decreto impedida a visitação em bibliotecas, museus e teatros, mantendo-se apenas o funcionamento interno dessas instituições. Em todo o País, segundo o levantamento do IBGE, o volume do setor de serviços caiu 6,9% na passagem de fevereiro para março. Essa é a maior queda do indicador desde o início da série histórica, em janeiro de 2011. Segundo o instituto, o recuo foi mais intenso no último terço do mês de março, quando começaram as medidas de isolamento social devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Na comparação com março do ano passado, a queda chegou a 2,7%. No acumulado do ano, a queda é de 0,1%. Já no acumulado de 12 meses, o setor teve alta de 0,7%. De acordo com o IBGE, a retração de 6,9% do volume de serviços de fevereiro para março de 2020 foi acompanhada por todas as cinco atividades investigadas, com destaque para as quedas em serviços prestados às famílias (-31,2%, o recuo mais intenso da série), e por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-9,0%), a segunda queda mais intensa da série, atrás apenas da de maio de 2018 (-9,5%), quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. As pressões negativas mais intensas nesses segmentos vieram pela menor receita das empresas do ramo de alojamento e alimentação (-33,7%) e das empresas de transporte aéreo (-27,5%) e terrestre (-10,6%).
ATIVIDADES
Entre as atividades, os serviços prestados às famílias - que recuaram 33,4% - exerceram a principal influência negativa, tendo sido fortemente impactados pelas medidas de isolamento social que levaram à interrupção parcial ou total do funcionamento de estabelecimentos como restaurantes e hotéis. O outro recuo veio dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-3,4%), explicado, em grande parte, pela perda de receita das empresas de administração de programas de fidelidade; agências de viagens; vigilância e segurança privadas; gestão de ativos intangíveis; e atividades técnicas ligadas à engenharia. “Essa queda é motivada, em grande parte, pelas paralisações que aconteceram nos estabelecimentos, sobretudo nos restaurantes e hotéis, que fazem parte dos serviços prestados às famílias", explica o gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo. "Outras empresas também sentiram bastante depois do fechamento parcial ou total, como os segmentos de transporte aéreo e algumas empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros”, ressalta. Segundo ele, os impactos observados sobre as empresas do setor de serviços foram sentidos principalmente nos últimos dez dias do mês de março, quando começaram as paralisações. “Aos poucos os governos locais foram tomando medidas mais fortes no sentido de se praticar o isolamento social e com isso algumas empresas de setores considerados não essenciais, como restaurantes, acabaram tendo que funcionar de forma parcial, muitas vezes migrando para o sistema de delivery, mas os hotéis não têm essa opção e acabaram fechando”, explica o gerente.