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Economia Maceió tem o maior índice desse tipo de moradia, com 85,4% do total do Estado,

ALAGOAS TEM QUASE 65 MIL MORADIAS EM FAVELAS E GROTAS

De acordo com levantamento do IBGE divulgado nesta terça, 85,4% dos domicílios dessa natureza no Estado estão na capital Maceió

Por Carlos Nealdo | Edição do dia 20/05/2020 - Matéria atualizada em 20/05/2020 às 06h00

Levantamento divulgado nesta terça-feira (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que Alagoas conta com 64,5 mil moradias em aglomerados subnormais. O número corresponde a 6,68% dos 996,2 mil domicílios existentes em Alagoas. Maceió tem o maior índice desse tipo de moradia, com 85,4% do total do Estado, o que significa 55,1 mil domicílios. Em relação ao volume total de moradias da capital - na ordem de 318,3 mil -, o índice de unidades em aglomerados subnormais representa 17,32%. Arapiraca, o segundo município mais populoso do Estado, com 231,7 mil habitantes de acordo com as estimativas do IBGE, possui 181 domicílios em aglomerados subnormais - o que corresponde a 0,26% das 70,5 mil moradias do município. A pesquisa do órgão, que toma como base o ano de 2019, considera como aglomerados subnormais formas de ocupação irregular de terrenos públicos ou privados. Nessa classificação estão as favelas, grotas, palafitas, mocambo, entre outros. Na comparação entre estados, Alagoas ocupa a 13ª colocação do País em índice de domicílios em aglomerados subnormais. O Estado do Amazonas encabeça o ranking, com 34,59%, seguido do Espírito Santo (26,10%), Amapá (21,58%), Pará (19,68%) e Rio de Janeiro (12,63%). Os menores índices de domicílios em aglomerados subnormais estão no Mato Grosso do Sul, com 0,74%, Santa Catarina (1,46%), Goiás (1,55%), Mato Grosso (1,99%) e Roraima (2,12%). "Embora a proliferação de aglomerados subnormais seja associada, geralmente, a cidades maiores, como Rio de Janeiro e São Paulo, o levantamento mostra que essas comunidades estão localizadas em grande proporção em cidades pequenas e capitais do Norte e Nordeste do país", informa o IBGE, em nota. Em todo o país, segundo o levantamento do órgão, havia no ano passado 5,127 milhões de domicílios ocupados em 13.151 aglomerados subnormais. Essas comunidades estavam localizadas em 734 municípios, em todos os estados do país, incluindo o Distrito Federal. Em 2010, havia 3.224.529 domicílios, em 6.329 aglomerados subnormais, em 323 cidades, segundo o último Censo. O gerente geral de Geografia do IBGE, Cayo Franco, observa que esse levantamento não apresenta toda a dimensão da vulnerabilidade no país, mas boa parte dela. “Há bairros pobres que não foram classificados como aglomerados subnormais, seja porque os moradores possuem a posse da terra ou alguns serviços de saúde e saneamento. O que apresentamos aqui é uma dimensão da vulnerabilidade, no caso, os mais vulneráveis dos vulneráveis”, ressaltou.

HOSPITAIS

Segundo o IBGE, o país tem quase dois terços (64,93%) das comunidades e ocupações irregulares localizadas a menos de dois quilômetros de distância de hospitais. A maioria dessas localidades (79,53%) também está próxima, a menos de um quilômetro, de unidades básicas de saúde. As informações, produzidas para o próximo Censo Demográfico, adiado para 2021 em função da pandemia, foram cruzadas com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, do Ministério da Saúde. “Antecipamos a divulgação desses dados para mostrar qual é a situação dos aglomerados subnormais em municípios e estados, já que nessas localidades a população tem maior suscetibilidade ao contágio pela doença provocada pelo novo coronavírus, devido à grande densidade habitacional”, disse, em nota, o gerente de Regionalização e Classificação Territorial do IBGE, Maikon Novaes.

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