app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5897
Economia Mulheres seguem desempenhando mais tarefas domésticas do que os homens, diz IBGE

TAXA DE AFAZERES DOMÉSTICOS É MAIOR ENTRE MULHERES NEGRAS

IBGE mostra que 93,7% das 68 mil mulheres que se declararam pretas realizavam afazeres domésticos

Por Carlos Nealdo | Edição do dia 05/06/2020 - Matéria atualizada em 05/06/2020 às 06h00

Levantamento divulgado nesta quinta-feira (4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que a taxa de afazeres domésticos realizados em Alagoas no ano passado foi maior entre as mulheres negras. Os dados do IBGE mostram que 93,7% das 68 mil mulheres que se declararam pretas realizavam afazeres domésticos. Entre as 302 mil mulheres alagoanas que se declararam brancas, essa taxa foi de 86,7%. Já entre as 869 mil alagoanas que se declararam partas, a taxa foi de 88,8%. De acordo com o instituto, a taxa de mulheres negras que afirmaram realizar afazeres domésticos em Alagoas no ano passado avançou 19,7 pontos percentuais em relação a 2018, quando o índice era de 74%. Quando comparada à pesquisa de 2016, a taxa de mulheres negras que realizavam afazeres domésticos avançou 43,7 pontos percentuais. Na comparação entre sexos, a pesquisa do IBGE revela que enquanto 88,6% das mulheres realizavam alguma atividade doméstica, a taxa entre os homens era de 68,6% - uma diferença de 20 pontos percentuais. Além disso, entre as oito atividades listadas pelo IBGE como afazeres domésticos, em apenas uma taxa dos homens era maior do que a das mulheres. Fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos consumiu o tempo de 68,9% dos homens, contra 41,1% das mulheres. Em todo o País, segundo o IBGE, 94,1% das mulheres que se declararam pretas e 92,3% daquelas que se declararam pardas relataram realizar afazeres domésticos. A taxa vem crescendo desde o início da pesquisa, em 2016, quando era de 91,7% para pretas e 91,2% para pardas. Entre as mulheres brancas, a taxa foi de 91,5%. Na comparação com os homens, a diferença é ainda maior. Entre os que se declaram brancos, a taxa de afazeres domésticos foi de 80,4%. Já 80,9% dos homens pretos e 76,5% dos pardos disseram realizar afazeres domésticos. Na pesquisa divulgada nesta quinta, o IBGE detalha dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar), que estuda o desemprego, para identificar outras formas de trabalho realizadas pelo brasileiro, como os afazeres domésticos, cuidado de pessoas, produção para consumo próprio ou voluntariado. Os dados mostram que há também diferença na dedicação aos cuidados de pessoas, tanto em domicílio, quanto fora do domicílio. Essa tarefa foi realizada por 39,6% das mulheres pretas e 39,3% das pardas. Entre as mulheres brancas, 33,5% disseram ter dedicado tempo ao cuidado de outras pessoas. Também neste caso, as taxas são bem menores para os homens: 25,2% entre os brancos, 27,8% entre os pretos e 26,1% entre os pardos. Nos últimos anos, diante da crise financeira, os homens têm dedicado mais tempo a tarefas do lar, mas ainda assim, a maior parte do trabalho ainda fica com as mulheres. Com mais funções em casa, as mulheres têm menos tempo para se dedicar ao trabalho remunerado: a carga horária semanal das mulheres empregadas ou com trabalho informal tem 5,1 horas a menos do que os homens. Somando a jornada dupla em casa, porém, elas trabalham 3 horas a mais por semana. A pesquisa usa dados da Pnad para identificar outras formas de trabalho realizadas pelos brasileiros, como afazeres domésticos, cuidado de pessoas, produção para consumo próprio e voluntariado. Os resultados divulgados nesta quinta confirmam tendência verificada nos dois anos anteriores, quando a crise econômica obrigou os homens a participar mais ativamente das tarefas domésticas. O movimento, que foi mais intenso entre 2016 e 2017, pode refletir a dificuldade das famílias para manter empregada doméstica. Em 2019, diz o IBGE, 149 milhões de brasileiros (ou 87,1% da população com 14 anos ou mais) disseram ter realizado alguma atividade doméstica ou cuidado de pessoas no domicílio em que moram ou na casa de parentes. Em média, gastaram 16,8 horas semanais nessas atividades. A desigualdade de gênero foi verificada nas duas funções: 92,1% das mulheres disseram realizar afazeres domésticos e 36,8% cuidaram de pessoas em casa ou na casa de parentes; entre os homens, foram 78,6% e 25,9%, respectivamente. Entre as atividades pesquisadas pelo IBGE, as mulheres continuam responsáveis pela parte mais pesada, como cozinhar, limpar a casa, auxiliar nos cuidados pessoais, como alimentar, vestir e dar banho, e nas atividades educacionais dos filhos. As informações são da Folhapress.

Mais matérias
desta edição