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Nº 5897
Economia

PANDEMIA FAZ ALAGOANO POUPAR E CORTAR GASTOS

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Por Hebert Borges | Edição do dia 20/06/2020 - Matéria atualizada em 20/06/2020 às 13h27

Foto: ARQUIVO PESSOAL
 

As idas semanais ao supermercado passaram a ser mensais, o fechamento de shoppings, bares e praias fez repensar a necessidade desses serviços. O cenário posto na casa do servidor público e produtor de audiovisual Dário Júnior representa a maioria dos lares brasileiros. É o que mostra uma pesquisa do Ibope Inteligência, encomendado pelo C6 Bank, e que diz que 51% dos entrevistados revelaram ter diminuído gastos e que 27% passaram a guardar mais recursos para possíveis incertezas no futuro.


Dário Júnior diz que pretende manter os novos hábitos mesmo após o fim da pandemia. “Essa mudança de hábitos me fez repensar que gastávamos além do necessário e não pretendo retomar essa rotina consumista desenfreada. A economia mais significativa que tivemos foi na fatura dos cartões de crédito com isso tivemos um saldo positivo. Pedimos menos delivery. Porém, na contramão desse saldo aumentamos o consumo de energia e a fatura quase que dobrou. Mas acredito que vamos conseguir manter esse comportamento de consumo mais consciente”, detalha.


Ele diz ainda que apesar de não ter uma poupança significativa, pensa em investir e já tem planos para o futuro.


Para o educador financeiro Humberto Corrêa, a maior lição deixada pela pandemia para a economia doméstica foi sobre a necessidade e importância de se ter uma reserva de emergência. “É o oxigênio num mergulho em profundidade. É o que vai te fazer dormir tranquilo enquanto ainda respira aliviado por 6 meses, por exemplo”, exemplifica.

Foto: ARQUIVO PESSOAL
 


Corrêa pondera que em momentos como esses, as pessoas são forçadas a repensar no que realmente faz sentido. “Grande parte da população teve seu salário reduzido junto com a jornada de trabalho, o que proporcionou um novo padrão de vida. Irá sair na frente quem aproveitar esse novo comportamento de consumo para construir a reserva de emergência”, afirma.


O educador financeiro pontua que se todos soubessem que passariam por essa pandemia, de uma forma ou de outra, seriam mais criteriosos no consumo e, consequentemente, poupariam. “Se estivéssemos preocupados com a reserva de emergência estaríamos passando por uma realidade muito menos angustiante. Como ninguém é capaz de prever o futuro, aprendemos hoje sentindo na pele a importância de não olhar apenas para o consumo imediato”, frisa.

Foto: ARQUIVO PESSOAL
 


Corrêa alerta que é preciso reverter um grande problema estrutural da sociedade. “Hoje mais da metade da população possui grande dívida atrelada ao cartão de crédito e cheque especial. Estas são as modalidades de créditos mais caras e que estão associada ao padrão de vida, consumo imediato, hábitos de consumo, facilidade trazidas pelos aplicativos, ou seja, aqueles consumos mais inclinados a serem cortados para poupar pensando no futuro”.

* Sob supervisão da editoria de Economia

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