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Nº 5897
Economia Cícero Péricles: “Esse terceiro trimestre, de julho a setembro, será ‘menos ruim’”

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS DE AL DEVEM SE BENEFICIAR COM DECRETO

Economista diz que reabertura gradual de setores da economia em Maceió será um processo longo

Por Hebert Borges* e Marcos Rodrigues | Edição do dia 07/07/2020 - Matéria atualizada em 07/07/2020 às 11h14

A retomada gradual da economia em Maceió, iniciada na última sexta-feira (3), deve favorecer os pequenos e médios empresários da capital, tendo em vista que apenas as lojas de até 400 metros quadrados estão autorizadas a reabrir. Esta é a avaliação do economista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Cícero Péricles de Carvalho. O professor explica que as centenas de lojas que se encaixam nessa especificação têm características que diferem das grandes plantas e dos magazines das redes nacionais e, por isso, concorrem num plano mais modesto. “São empresas familiares, com número limitado de trabalhadores, especializadas em poucos produtos, com uma clientela mais ou menos conhecida e que foram penalizadas mais fortemente nestes cem dias de isolamento social”. Segundo Cícero Péricles, estes pontos comerciais sofreram duplamente. Ele aponta como primeiro ponto ponto a suspensão das atividades. “Isso fez cortar seu faturamento por mais de três meses”, cita. O segundo fator que ele aponta é a concorrência de parte de setores de serviços e comércio que permaneceram funcionando em bairros populares, longe do Centro. “Essa concorrência levou parte dos recursos que entraram na economia alagoana”. O professor explica que neste momento de retorno, ainda sem a presença das grandes redes, sssas empresas, na maioria lojas de vestuário, sapatarias, armarinhos, bijuterias etc. passarão a atender e disputar o público que volta, gradualmente, a frequentar as ruas comerciais. Ele lembra que a experiência de outras cidades e capitais nordestinas mostram que a volta à normalidade será um processo longo. “Em Alagoas, num movimento desigual, parte do comércio de bairro não parou, ainda que tenha tido limites, atendendo, em parte, a demanda dos segmentos de consumo C, D e E, absorvendo o poder aquisitivo de setores da população” Todavia, ele pondera que a pandemia continuará, por um bom tempo, inibindo o movimento mais forte dos consumidores e clientes. “Os empresários que estão retomando seus negócios e os dirigentes setoriais estão conscientes de que o processo será lento. Esse terceiro trimestre, de julho a setembro, será “menos ruim” que o segundo, que foi de abril a junho, mas será de números negativos. A aposta empresarial é na recuperação gradual da clientela e da receita, sem expectativas além disso”, destaca. Cícero Péricles afirma que “a demora na apresentação de propostas de retorno foi ruim para os setores não-essenciais”. Segundo ele, esse processo poderia ter sido iniciado ainda no mês de abril, servindo de base das negociações entre poder público e setor empresarial, sinalizando em que condições as atividades seriam retomadas, mesmo sem calendário definido. “Demorou, mas, neste momento, com um certo atraso, a abertura em fases, em etapas, é positiva porque permite o planejamento das atividades comerciais, retomando os contatos desses empresários com fornecedores, clientes, rede financeira, com Estado e prefeitura para pagamento de impostos. Esse processo é benéfico para os segmentos considerados não-essenciais, suspensos em 20 de março, todos eles nos setores de comércio e serviços, segmentos, na sua ampla maioria, dominados pelo grande número de micro pequenas empresas existentes em Alagoas”.

FISCALIZAÇÃO

Como a Gazeta mostrou na edição de fim de semana, a fiscalização do funcionamento e aplicação dos novos termos do decreto que permitiu a reabertura do comércio continuarão sob a responsabilidade da Polícia Militar. Desde que a fase vermelha se tornou uma realidade com a proibição da abertura dos setores não essenciais, foram os militares que assumiram a “linha de frente”. Entretanto, por se tratar de uma emergência em saúde, as vigilâncias sanitárias municipal e estadual também passaram a integrara a força-tarefa, que conta inclusive com o Procom e Superintendência de Desenvolvimento Sustentável e a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social. A preocupação sempre foi maior com os bairros com grandes aglomerados urbanos da periferia, como Benedito Bentes, Vergel do Lago, Trapiche e Jacintinho. O trabalho intenso chegou a determinar centenas de fechamentos, mediante denúncia, mas boa parte com flagrantes.

* Sob supervisão da editoria de Economia..

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