Dados levantados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio-AL) mostram que 28.183 postos de trabalho foram fechados no primeiro semestre deste ano em Alagoas pelos setores de Comércio, Serviços, Agropecuária e Indústria de Transformação. De acordo com os números, a Indústria de Transformação foi o setor que mais encerrou postos de trabalho, foram 20.488. Em seguida aparecem o setor de Serviços (3.715), Comércio (3.330) e Agropecuária (650). O único destaque positivo, de acordo com a entidade, foi a Construção Civil, que contratou 669 pessoas no mesmo período. A entidade pontuou ainda que para Indústria de Transformação o primeiro semestre é sempre marcado pelo desemprego em massa devido à entressafra da cana de açúcar. O assessor econômico da Fecomércio-AL, Felippe Rocha, pontua que o Benefício Emergencial (BEm), vinculado à MP/936 que permitiu a suspensão e a redução da carga horária de trabalho, foi aplicado para 49,27% dos trabalhadores alagoanos. “O estoque de empregos em 1º de janeiro deste ano, em Alagoas, era de 353.471 vagas e, em julho, passou a ser de 327.480. Por meio do BEm foram realizados 161.363 acordos, seja de suspensão ou de redução da carga horária, o que representa 49,27% dos empregos alagoanos”, conta.
O presidente da Fecomércio, Gilton Lima, acredita que os setores encontrarão alternativas para retomarem estes postos de trabalho. “Estamos num ano atípico. Ainda enfrentamos a pandemia do coronavírus e suas consequências na economia. Percebemos que este é um momento para as empresas se reinventarem e muitas estão conseguindo encontrar soluções para sobreviverem a esta realidade. O auxílio do governo trouxe ajuda nesse sentido”, diz Lima.
De acordo com o levantamento feito pela entidade, dos 161.363 trabalhadores que tiveram acordos do Benefício Emergencial (BEm) em Alagoas formalizados, 73.101 (45,3%) tiveram o contrato trabalho suspenso, outros 49.869 (30,9%) tiveram a carga horária de trabalho reduzida em 70%; 25.671 (15,9%) tiveram redução de 50% da jornada e 11.507 (7,13%) reduziram a jornada em 25%. Além do BEm, Rocha ponderou que o auxílio emergencial serviu para tirar da pobreza, mesmo que temporariamente, 1 milhão e 200 mil pessoas, o que, segundo ele lembra, é um número superior a quantidade de empregos formais existentes. “Além de retirar temporariamente muitos da pobreza, o valor do Auxílio Emergencial serviu para manter os níveis de consumo, pelo menos em alguns segmentos, tais como alimentação, farmácias e material de construção”, ressalta.
* Sob supervisão da editoria de Economia