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Nº 5868
Economia Decreto estadual que estabeleceu isolamento social limitou funcionamento do setor

TURISMO ALAGOANO PERDE 500 ESTABELECIMENTOS COM PANDEMIA

Em todo o País, o setor perdeu quase 50 mil negócios entre março e agosto, aponta levantamento

Por Carlos Nealdo | Edição do dia 06/10/2020 - Matéria atualizada em 06/10/2020 às 06h00

A crise provocada pela pandemia de Covid-19 fez com que o setor de turismo de Alagoas perdesse 500 estabelecimentos comerciais entre os meses de março e agosto deste ano, segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (5), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC). O volume de empresas fechadas no Estado corresponde a 1% do total de negócios extintos em todo o País, que somou 49,9 mil no período.

De acordo com o levantamento, todas as 27 unidades da Federação registraram redução no número de empresas ofertantes de serviços turísticos. São Paulo foi o estado que registrou a maior queda, com o fechamento de 15,2 mil empresas. Em seguida aparecem Minas Gerais (-5,4 mil), Rio de Janeiro (-4,5 mil) e Paraná (-3,8 mil).

O setor turístico da região Norte foi o que menos sofreu com a pandemia, segundo os dados da CNC. O Amapá, Rondônia e o Acre registraram o menor número de negócios extintos, com 100 empresas, cada. Em seguida aparecem Amazonas e Tocantins, com o fechamento de 200 estabelecimentos, cada. Nacionalmente, todos os segmentos turísticos registraram saldos negativos nos seis últimos meses, com destaque para os serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes (-39,5 mil), seguidos pelo segmento de hospedagem em hotéis, pousadas e similares (-5,4 mil) e transporte rodoviário (-1,7 mil). De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a maior parte das atividades que compõem o turismo brasileiro segue ainda sem perspectiva de recuperação significativa nos próximos meses, principalmente em virtude do caráter não essencial do consumo destes serviços. “A aversão de consumidores e empresas à demanda, somada ao rígido protocolo que envolve a prestação de serviços desta natureza, tende a retardar a retomada do setor”, ressalta Tadros. Até o fim de 2020, a Confederação projeta um saldo negativo de 42,7 mil estabelecimentos. Com menos estabelecimentos com vínculos empregatícios, o turismo também sofreu em relação à empregabilidade. Em seis meses de pandemia, foram eliminados 481,3 mil postos formais de trabalho em todo o País, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). “A destruição destas vagas representou uma retração de 13,8% no contingente de pessoas ocupadas nessas atividades. E na média de todos os setores da economia, a variação relativa no estoque de pessoas formalmente ocupadas cedeu 2,6%”, diz Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela pesquisa. Os segmentos de agências de viagens (-26,1% ou -18,5 mil) e de hotéis, pousadas e similares (-23,4% ou -79,9 mil) registraram os cortes mais intensos.

PERDAS

A CNC calcula que, em sete meses (de março a setembro), o turismo no brasil perdeu R$ 207,85 bilhões. “Mesmo com as perdas ligeiramente menos intensas nos últimos meses, o setor explorou apenas 26% do seu potencial de geração de receitas durante o período”, destaca Bentes. O faturamento do turismo apresentou queda de 56,7%, até julho, em relação à média verificada no primeiro bimestre. Os números referentes ao volume de receitas evidenciam que o setor tem sido o mais afetado pela queda do nível de atividade ao longo da pandemia, sobretudo quando comparado ao volume de vendas do comércio varejista (-1,6%), da produção industrial (-5,6%) e do setor de serviços como um todo (-13%).

Diretor da CNC responsável pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da entidade, Alexandre Sampaio destaca que as ações desenvolvidas pelo governo foram essenciais para mitigar os efeitos da pandemia. “Os números poderiam ter sido ainda maiores não fossem as iniciativas do Poder Público. O turismo foi um dos primeiros ramos a sentir os efeitos da recessão e será um dos últimos a se recuperar”, afirma Sampaio.

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