Gasolina pode aumentar at� 10% para repor alta do petr�leo
A gasolina poderá subir até 10% para as refinarias brasileiras para compensar a defasagem nos preços internacionais do petróleo após o aumento da violência no Oriente Médio. Nas contas do governo, o aumento deve ficar em torno de 7% nos postos. Esse perc
Por | Edição do dia 03/04/2002 - Matéria atualizada em 03/04/2002 às 00h00
A gasolina poderá subir até 10% para as refinarias brasileiras para compensar a defasagem nos preços internacionais do petróleo após o aumento da violência no Oriente Médio. Nas contas do governo, o aumento deve ficar em torno de 7% nos postos. Esse percentual de 10% seria aplicado apenas se a Petrobras decidir repassar toda a defasagem nos preços internacionais do produto, acumulada desde o início do ano. A decisão, no entanto, ainda não foi tomada pela estatal. No último reajuste, a Petrobras preferiu não repassar todo o aumento. O último reajuste foi de 9,39%. Segundo um técnico do governo, desde o início do ano a gasolina subiu cerca de 60,4% no mercado internacional, enquanto o petróleo teve alta inferior, de 35,5%. A expectativa é que a Petrobras adote para a gasolina uma fórmula semelhante à do reajuste do óleo diesel, que impede aumentos sucessivos em prazo inferior a 15 dias. Crise Os preços do petróleo dispararam após o agravamento da tensão no Oriente Médio, que aumentou a preocupação no mercado sobre a oferta do produto. O barril para entrega em maio chegou ontem a US$ 28,10, o maior patamar deste 17 de setembro do ano passado, quando o mundo temia um confronto armado com os países islâmicos após os atentados. Há pouco, no entanto, o barril do tipo light sweet crude recuou para US$ 27,96 em Nova Iorque. Nos mercados, o recrudescimento da violência no Oriente Médio e a tentativa do Iraque de usar o petróleo como arma em retaliação aos EUA pelo apoio a Israel podem afetar o volume de exportações. Em Londres, o barril do óleo do tipo Brent, também para entrega em maio, foi negociado a US$ 26,95, o que representa alta de 3,8% (US$ 1,03), sobre a cotação de quinta-feira passada (na sexta e segunda o mercado londrino não operou devido às comemorações da Páscoa). Ontem, o Iraque pediu aos países árabes que usem o petróleo como instrumento de pressão política contra Israel e os EUA, em tentativa semelhante ao embargo dos anos 70. O Iraque é o terceiro maior produtor de petróleo da região e suas exportações têm sido controladas pela ONU (Organização das Nações Unidas) desde a derrota do país na Guerra do Golfo, entre 1990 e 1991. Embora analistas acreditem que a proposta não tenha a simpatia suficiente entre os principais exportadores de petróleo, como Arábia Saudita e Kuwait, declarações do governo iraniano acirraram a tensão nos mercados. O Irã, segundo maior exportador da região após Arábia Saudita, manifestou que não rejeitaria a medida. O ministro do Exterior iraniano, Kamal Kharazi, afirma que o país não é contra o uso do petróleo como instrumento de pressão, mas ele empurra a decisão para outros países islâmicos.