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Nº 5868
Economia Comércio deve recorrer a recursos federais e empréstimo para pagar 13º salário

13º SALÁRIO INJETARÁ R$ 1,7 BILHÃO NA ECONOMIA DE ALAGOAS, DIZ CNC

O montante estimado para Alagoas é o segundo menor do Nordeste, maior somente que o de Sergipe

Por Hebert Borges | Edição do dia 30/10/2020 - Matéria atualizada em 30/10/2020 às 04h00

O pagamento do 13° salário aos trabalhadores alagoanos deve injetar R$ 1,75 bilhão na economia do estado. A estimativa é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O montante estimado para Alagoas é o segundo menor do Nordeste, maior somente que o de Sergipe. A CNC calcula um impacto de R$ 208,7 bilhões na economia brasileira em 2020 com o pagamento do 13° salário. O valor é 3,5% menor do que o registrado em 2019 (R$ 216,2 bilhões) e, descontada a inflação, apresenta retração de 5,4%, a maior queda real desde o início do acompanhamento realizado pela entidade, em 2012. Os Estados de São Paulo (R$ 61,5 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 22,3 bilhões), Minas Gerais (R$ 20,2 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 14,9 bilhões) responderão por mais da metade (56,9%) do impacto do décimo terceiro salário na economia do País, neste ano. Este ano o pagamento do 13° salário será influenciado pela Medida Provisória nº 936, que regulamentou a redução da jornada, proporcional ao salário, e a suspensão temporária do contrato de trabalho. O economista da CNC, Fabio Bentes, explica que em caso de suspensão do contrato de trabalho, o desconto no décimo terceiro salário será proporcional ao período não trabalhado. Quanto maior a suspensão do contrato de trabalho, maior será o desconto. Segundo dados do Ministério da Economia, até essa quinta-feira (29), 83.981 trabalhadores em Alagoas tiveram o contrato suspenso.

RECURSOS FEDERAIS

Em Alagoas, o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio), Felippe Rocha, conta que os empresários destes setores devem recorrer a recursos federais e empréstimos para honrar o pagamento do 13° salário dos funcionários. “Os empresários de empreendimentos que acabaram tendo que fechar as portas, literalmente, no período de isolamento social, esses que ficaram sem faturar mas mantendo seus custos, esses terão, sim, que recorrer ao Pronampe [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte] e devem também se utilizar da nova modalidade permitida pelo governo, que é o empréstimo de até R$ 50 mil pela maquininha de crédito”, conta. Segundo Rocha, os empresários devem se valer destas alternativas para poder ter “fôlego” para pagar o 13° salário e ter caixa para fazer investimentos de última hora. Isso porque, de acordo com Rocha, os dados mostram que na variação mensal de julho a setembro, seja no Comércio ou Serviços, só houve crescimento, ainda que as vendas não tenham sido maiores do que no mesmo período do ano passado.

INDÚSTRIA

Em relação à Indústria, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra de Andrade, pondera que cada empresa tem sua própria realidade e que essas especificidades estão sendo analisadas individualmente. “Não há uma regra específica, comum para todas as indústrias”, pontua. Ele diz acreditar que as medidas do governo devem afetar o pagamento do 13º salário neste ano.

De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a queda expressiva na atividade econômica e o avanço da informalidade contribuíram para o montante menor estimado para este ano em todo o País. “Além dos inevitáveis efeitos sobre o mercado de trabalho, decorrentes da recessão, a queda também é impactada pelas medidas de preservação dos empregos”, afirma Tadros. O estudo leva em consideração dados como a massa salarial do contingente de trabalhadores formais da iniciativa privada, do setor público, empregados domésticos com carteira de trabalho assinada, além dos beneficiários dos Regimes Geral e Próprio da Previdência Social. Segundo os cálculos da CNC, o vencimento médio pago em 2020 (R$ 2.192,71) deverá apresentar um recuo de 6,6% em comparação com o valor verificado em 2019 (R$ 2.347,55). Já Alagoas registrou o segundo pior salário mensal dos trabalhadores no ano passado, com uma média de R$ 1.348, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) - Rendimento de Todas as Fontes 2019, divulgada na última quarta-feira (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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