Coordena��o aponta falhas no Fome Zero alagoano
FERNANDA MEDEIROS A Coordenação do Programa Fome Zero em Alagoas fez um balanço positivo das ações implementadas em 2003, no Estado, mas espera que este ano a nova turma que assumiu o superministério da área social, que vai reunir Assistência e Promoção
Por | Edição do dia 01/02/2004 - Matéria atualizada em 01/02/2004 às 00h00
FERNANDA MEDEIROS A Coordenação do Programa Fome Zero em Alagoas fez um balanço positivo das ações implementadas em 2003, no Estado, mas espera que este ano a nova turma que assumiu o superministério da área social, que vai reunir Assistência e Promoção Social e Segurança Alimentar, que tem à frente o ministro Patrus Ananias, promova algumas mudanças no programa. Seria bom que alguns critérios de inclusão fossem modificados, para que o número de beneficiários possa ser ampliado. Algumas falhas que ocorreram devem ser corrigidas, como a inclusão e exclusão de pessoas indevidamente, observou Ricardo Ramalho, assessor da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano, órgão que coordena as ações do Fome Zero em Alagoas. A Pastoral da Criança, através de sua coordenadora em Alagoas, Ivone Torres, por sua vez, não acredita no programa e afirma que os inúmeros cartões e bolsas criados pelo governo não passam de um somatório de utopias. O mesmo pensamento tem a liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Estado. Não queremos ficar a vida toda recebendo cestas básicas, queremos terra para plantar e colher nossos alimentos, afirmou Hercílio Leandro, um dos líderes do MST em Alagoas. Ricardo Ramalho, no entanto, justifica que em 2003 o Fome Zero ainda estava se estruturando no País. Por isso, vê com naturalidade a ocorrência de pequenas falhas. É normal que isso aconteça, mas, no geral, os números de recursos e benefícios foram condizentes com aquilo que foi projetado, pois 2003 foi um ano que serviu de alicerce para os próximos anos, observou. Temos consciência de que os recursos não foram suficientes, pois a gente sempre precisa de mais para destinar às pessoas carentes, principalmente aquelas que reclamam porque ficaram de fora do programa. Mesmo assim, consideramos que as metas foram cumpridas, acrescentou Ramalho. Ele informou que na última quinta-feira foi realizada uma reunião, em São Miguel dos Campos, com os comitês gestores dos municípios, para apresentar a nova equipe que assumiu a Coordenação do Fome Zero em Alagoas, e levantar as demandas desses comitês (reclamações, ajustes necessários, sugestões, entre outros). Essa reunião será feita em todas as regiões. Ao final, vamos entregar um relatório ao ministro Patrus Ananias, ressaltou. Esta semana, o extinto Ministério da Segurança Alimentar (Mesa) divulgou um resumo das principais ações implementadas pelo Programa Fome Zero em Alagoas, no ano passado. Sobre as ações correspondentes à pasta da Secretaria de Desenvolvimento Humano, o secretário Reinaldo Falcão informou que cerca de 165 mil famílias estão sendo atendidas pelo programa, com o Cartão Alimentação, em 101 municípios alagoanos, o que representa um total de 825 mil pessoas beneficiadas e recursos de cerca de R$ 9 milhões. Exclui-se aí, a capital alagoana. Maceió ficou de fora porque todas as capitais ficaram de fora. Isso porque as capitais têm sempre maior Índice de Desenvolvimento Humano do que os municípios do interior, justificou. Principalmente, o Semi-árido, finalizou.