Em Alagoas, por conta dos protocolos sanitários de contenção a pandemia do coronavírus, as escolas públicas do estado se mantêm fechadas, enquanto a rede privada de ensino tem aderido ao ensino híbrido durante este período. Com isso, as papelarias e lojas de materiais escolares estão sofrendo com a redução da procura desse tipo de produto. A estratégia encontrada pelos comerciante para driblar o tempo de crise tem sido apostar na saída de outros produtos, além dos típicos cadernos e mochilas de escolas, como contou a funcionária Namires Cesário, que trabalha na Livraria e Papelaria Globo, localizada em frente a Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), na Praça Dom Pedro II. Por lá, o que tem fortalecido as vendas desde o início da pandemia tem sido a procura por materiais de artesanato e artigos de trabalho manual, como cadernos de caligrafia para crianças, desenhos para colorir, hidrocores e lápis de cor. Nesta livraria, a localização também se tornou um ponto forte para a manutenção das lojas, já que boa parte das compras da Assembleia são realizadas ali mesmo. Além disso, pouco tempo antes da pandemia chegar ao Estado, a loja já havia dado início as vendas por meio de um novo site e pelo Whatsapp, fator que fez toda a diferença nos primeiros meses, quando as restrições estavam mais rígidas e a população evitava sair de casa. Segundo o funcionário da Papelaria Maceió Elino de Lima, o movimento na loja, no bairro do Poço, está fraco, mas vem melhorando gradativamente no último ano, de acordo com o retorno das atividades econômicas. O funcionário contou ainda que apesar das escolas públicas estarem fechadas e o ensino híbrido predominar nas instituições privadas, o momento não está tão crítico para o setor, visto que a loja também fornece material para escritórios e outras empresas que necessitam desses artigos de papelaria com a volta do trabalho presencial. Por esse motivo, nenhuma demissão precisou ser feita nos últimos meses. Já a Papelaria Global, que fica no Centro de Maceió, investiu em itens de decoração e artigos de festas para equilibrar as vendas, uma vez que sua principal movimentação econômica vinha dos materiais escolares. “Está muito fraco, venda de material escolar caiu muito, você pode ver como era a movimentação dessa loja antes e como está hoje. A gente ta sobrevivendo mesmo, só pagando aluguel e os funcionários, comprando muito pouco”, explicou Eduardo Barbosa, proprietário da loja. O dono disse ainda que conseguiu evitar as demissões até agora, no entanto seu quadro de funcionários conta com apenas seis pessoas, além da ajuda de sua esposa e filha.