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Nº 5897
Economia A preferência é por um estilo de arquitetura mais rústica e com identidade local

PANDEMIA FAZ TRIPLICAR PROCURA POR IMÓVEIS DE ‘REFÚGIO’ NO ESTADO

Estes imóveis estão longe dos grandes centros urbanos de Alagoas e apresentam arquitetura diferenciada e espaços aconchegantes

Por Hebert Borges | Edição do dia 26/06/2021 - Matéria atualizada em 26/06/2021 às 04h00

A procura por um lugar mais tranquilo e contato com a natureza tem feito despontar o chamado mercado de imóveis de “refúgio” em Alagoas. Estes imóveis estão longe dos grandes centros urbanos e apresentam arquitetura diferenciada. O arquiteto Tiago Angeli conta que a procura por este tipo de imóvel triplicou de 2020 até agora em seu escritório. De acordo com Angeli, o grande destino escolhido é a cidade de São Miguel dos Milagres, no Litoral Norte do estado. “Há uma procura nacional e até do exterior, além da local. As pessoas querem agora esse tipo de refúgio pé na areia, com estilo rústico-chique, tudo oposto ao que as pessoas têm em geral na cidade. Lá, sai o granito e entram os materiais locais, naturais”, descreve. O arquiteto conta que há muita procura por pessoas de São Paulo e, segundo ele, curiosamente, de Goiânia, de olho em Milagres. “É um público de alto poder aquisitivo e que pensa em investir na região de olho na possibilidade de alugar depois a casa via Airbnb. A cada 10 pessoas, 9 falam isso”, relata. Segundo Tiago Angeli, outro movimento que ele tem percebido é que entre os alagoanos que possuem sítios, fazendas e chácaras pela região Norte e Sul, é a requalificação dessas casas de fazenda, de campo. “Todos buscando um estilo de arquitetura mais rústica e com identidade local”. Outro público que aumentou, segundo Angeli, foram os condomínios, que são a escolha de quem quer estar mais perto da cidade. “Há muitas pessoas que hoje moram em apartamentos na faixa dos R$ 600 mil que hoje já consideram construir uma casa, não necessariamente grande, mas com quintal, piscina e área de lazer”, conta. Sobre as características destes imóveis, o engenheiro detalha que uma tendência forte nessas novas construções é o que eles chamam de arquitetura biofílica. “Todos querem estar perto da natureza, da vegetação. Se, no passado, havia uma ideia de que manter um jardim “dava trabalho”, hoje a grande maioria das pessoas parece disposta a pagar esse preço para viver com mais verde por perto”, explica. “Somada a ela, está também o interesse por cozinha gourmet. Esse é o pedido de 10 entre 10 clientes. Todos querem cozinhar para receber amigos. Essa, realmente, é uma marca de nossa época que contrasta totalmente com os hábitos de décadas atrás”, completa. O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Alagoas (Ademi-AL), Marcelo Saldanha, afirma que Alagoas vem despontando como um destino muito procurado para segunda residência, tanto para o público externo como para o interno. “A pandemia acelerou essa busca por um refúgio tranquilo, como o nosso Estado, que apresenta ótimos índices de segurança e todos os atrativos naturais que encantam os seus visitantes”, pontua. Saldanha diz que este é um segmento que deve crescer ainda mais nos próximos anos. “O público está valorizando a qualidade de vida e tanto nosso Estado pode ser a segunda residência como pode ser escolhido como a primeira residência de um profissional que optou por fazer home office em um local com melhores condições de vida” relata. Marcelo Saldanha detalha que o que tem se visto no mercado é a grande procura de condomínios fechados, tanto de lotes para construção como de casas prontas em locais próximos a praia. “Existem desde os empreendimentos de altíssimo padrão, como também os condomínios fechados nos litorais Sul, na região da Ilha de Santa Rita e os da região Norte, na região de Milagres. Os lotes residenciais custam, em média, R$ 300 a 600 mil. Já as casas, na região de Milagres, variam muito, algo entre R$ 1 milhão a R$ 2 milhões por unidade”, expõe. O presidente da Ademi cita que são compradores de diversos perfis. “Buscam qualidade de vida, espaço e natureza. No caso desse de Coruripe, trata-se de um público formado por compradores de fora do Estado, já em Milagres, varia bastante: há tanto gente de fora quanto alagoanos, que pensam em investir para alugar”.

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