app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5868
Economia Mercado de trabalho de Alagoas sofreu menos impacto durante a pandemia de Covid-19

MERCADO DE TRABALHO DE AL É O MENOS AFETADO DO PAÍS NA PANDEMIA

Diagnóstico da FVG Social mostra que queda no emprego entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período de 2020 foi de 1,22%

Por Carlos Nealdo | Edição do dia 07/07/2021 - Matéria atualizada em 07/07/2021 às 04h00

O mercado de trabalho alagoano foi o que sofreu menos impacto no primeiro ano da pandemia de Covid-19, segundo estudo do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FVG Social). O diagnóstico, baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnadc) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a queda no emprego entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período do ano passado foi de 1,22%. Segundo a FGV, o emprego no Rio de Janeiro foi o mais afetado pela pandemia, com a retração de 14,28% na taxa de ocupação no período. Em segundo lugar aparece o Ceará, com uma queda de 13,84%, seguido de Pernambuco (-11,75%), São Paulo (-11,32%), Bahia (-11,09) e Sergipe (-10,34%). Entre os trabalhadores ocupados, Alagoas aparece em sétimo lugar do País em houve menos mudança de local de trabalho, com 10,24% do total de empregados. Nesse quesito, o Mato Grosso do Sul aparece como o estado em que houve menos mudança de local de trabalho, com 5,5%. Em seguida aparecem Mato Grosso (8%), Pará (8,36%), Amazonas (8,53% e Tocantins (9,70%). O Rio de Janeiro também foi onde houve maior mudança de local de trabalho (19,55%), seguido de São Paulo (17,75%), Paraíba (14,43%) e Sergipe (13,54%). Segundo Marcelo Neri, diretor do FGV Social e responsável pela pesquisa, existem grupos que são mais penalizados pela pandemia, independente da classe social, como os idosos que mudaram o seu local de trabalho pela maior vulnerabilidade ao Covid-19, e as mulheres que estão sofrendo com a dupla jornada. Segundo dados do FGV Social, a taxa dos que mudaram seu local de trabalho entre os idosos, grupo mais vulnerável à Covid, foi de 27,35% contra 13,44% dos jovens de 15 a 19 anos. Já as mulheres, penalizadas pela jornada dupla, foi de 23,39% contra 16,87% dos homens. Pessoas com acesso à internet em casa foi de 21,33% contra 6,45% dos sem internet. “O Rio [de Janeiro] foi tão afetado porque é a unidade da federação que tem a maior proporção de idosos, enquanto São Paulo é a terceira. Então, tem uma população vulnerável, que tem que ser protegida”, explicou Neri. O estudo apontou que entre as pessoas mais beneficiadas com a possibilidade de mudar os locais de trabalho foram as da classe AB (27,03%). Já entre os pobres, o percentual era muito menor, de 7,96%. Entre os funcionários públicos eram 34,81%, nos empregadores, 21,17%, em empregados formais 20,05% e nos autônomos 14,27%. Por escolaridade, as pessoas com diploma superior eram 40,06% contra 6,71% daqueles com fundamental incompleto. Para Neri, “com a vacinação, que avança de maneira planejada, o que é importante para sinalizar para a população, há uma possibilidade de retomada rápida da ocupação com a volta dos trabalhadores informais”. Mesmo assim, ele acredita que haverá efeitos do que ocorreu com a pandemia. “As crianças e jovens que tiveram dificuldade de manter os estudos vão ser mais afetados para além da pandemia. O jovem que se formou e teve dificuldade de entrar no mercado de trabalho, depois de passar a pandemia precisa de um apoio. Não é uma coisa que passou a pandemia e passou tudo. Tem que ter políticas públicas para a recuperação da defasagem escolar e de oportunidades a esses jovens, para não ter a geração covid. Os efeitos são longos e as políticas também têm que ser longas. Tem que recuperar a defasagem escolar e de conhecimento. Então, tanto as políticas como os efeitos são de prazos mais longos, por isso, preocupam”, alertou. Neri disse que antes da pandemia, uma pesquisa em 124 países para avaliar se o trabalhador tinha medo de novas tecnologias no mercado de trabalho, apontou o Brasil em 108º lugar. “Só em 16 países tinham mais medo do que os brasileiros. A tecnologia é o caminho que foi acelerado, que permite às pessoas trocarem de local de trabalho e não perderem os empregos. Se essa pandemia tivesse sido há 30 anos, os efeitos trabalhistas teriam sido muito maiores”, disse. As informações são da Agência Brasil.

Mais matérias
desta edição