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Nº 5868
Economia O cartão de crédito permanece como o principal fator gerador de dívidas, aponta pesquisa

ENDIVIDAMENTO AVANÇA EM MACEIÓ E ATINGE 208 MIL CONSUMIDORES

Em agosto, o percentual de pessoas endividadas avançou três pontos, atingindo 68,8% - o maior índice dos últimos onze meses, diz pesquisa

Por Carlos Nealdo | Edição do dia 10/09/2021 - Matéria atualizada em 10/09/2021 às 04h00

O percentual de consumidores endividados em Maceió avançou três pontos, na passagem de julho para agosto, e atingiu 68,8% - o maior percentual dos últimos onze meses -, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) divulgada nesta quinta-feira (9). Em números absolutos, a capital alagoana registrou 208 mil endividados no mês passado, dez mil a mais do que o registrado em julho. Segundo a pesquisa, o número de famílias com dívidas em atraso registrou alta de 4,94% em agosto, na comparação com o mês anterior. Nos últimos quatro meses, mais 12 mil consumidores ajudaram a engrossar a lista de inadimplentes, que conta atualmente com 58 mil pessoas. O cartão de crédito permanece como o principal fator gerador de dívidas, tendo sido utilizado por 97,8% das famílias na aquisição de bens e serviços. Com 22,5% de uso, o carnê se manteve na segunda posição na modalidade de endividamento, com percentual de 22,5%, mas outros recursos também foram meios de endividamento, a exemplo do cheque especial (0,4%), do crédito consignado (4,9%), empréstimo pessoal (4,6%), prestação de carro (3,8%) e de casa (7,1%). O assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio, ressalta que todos os indicadores de endividamento (total de endividados, endividados com contas em atraso e os que não têm condições de pagar) estão crescendo de forma sustentada nos últimos quatro meses, aproximando-se cada vez mais dos patamares do mesmo período do ano passado, quando o nível de endividamento foi considerado crítico. Segundo ele, o único indicador que, mesmo crescendo, continua em patamares significativamente inferiores aos do ano passado é o das pessoas que “não terão condições de pagar”, que ficou 54,8% abaixo do volume visto em agosto de 2020, quando 50 mil pessoas declararam não terem condições e nem expectativa de honrarem seus compromissos, enquanto em 2021, somente 22.700 pessoas se encontram nessa fase mais delicada da inadimplência. “Sem dúvida, uma das possíveis causas do aumento contínuo do endividamento das famílias maceioenses é o cenário econômico de crise visto na economia nacional”, ressalta o economista. Ele lembra que o somatório de dólar em alta, a inflação bem acima da meta, o desemprego batendo recordes e a queda do PIB no segundo trimestre criaram um panorama muito complicado de perda de renda e de poder de compra, queda do investimento e diminuição das expectativas. “Este cenário torna o endividamento inevitável para o consumo de bens essenciais, como os custos residenciais de água e energia elétrica, afetando, principalmente, a população de renda mais baixa”, avalia.

BRASIL

Em todo o País, o percentual de famílias com dívidas continuou em alta no mês de agosto e atingiu 72,9%, um novo recorde mensal. Os pesquisadores da CNC explicam que endividamento é diferente de inadimplência, quadro que se configura quando as dívidas estão em atraso. Em agosto, um em cada quatro brasileiros (25,6%) não estava conseguindo quitar as dívidas no prazo, percentual que se mantém estável em relação a julho e é 1,1% menor que em agosto de 2020. “Vale notar que o crédito não é necessariamente um vilão à economia, ele potencializa o consumo das famílias, assim como suporta iniciativas empreendedoras, tão importantes para os informais, hoje em dia. Entretanto, tendo em conta o contexto do endividamento elevado, especialmente pelas compras no cartão de crédito, e com a crise sanitária ainda promovendo incertezas no desempenho econômico, são imperativos mais rigor e planejamento das famílias com as finanças”, diz um trecho da pesquisa. Além do número de famílias endividadas, também está aumentando o percentual de famílias com mais de 50% da renda mensal comprometida com suas dívidas. Essa proporção chegou a 21,1% do total de famílias endividadas em agosto. Na análise da CNC, a alta contratação de dívidas é motivada, principalmente, por fatores como a precariedade do mercado de trabalho formal e a inflação elevada. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, explica que muitos brasileiros têm recorrido à informalidade e obtido crédito para investir em pequenas atividades que possam recompor sua renda e garantir seu sustento. as Informações são da Agência Brasil.

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