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Nº 5897
Economia Relator aumenta levemente previsão do salário mínimo para 2022, de R$ 1.169 para R$ 1.210

ORÇAMENTO PREVÊ SALÁRIO MÍNIMO DE R$ 1.210 EM 2022, SEM GANHO REAL

Conta do reajuste para 2022 considerou uma projeção para o mínimo feita pelo Ministério da Economia

Por Folhapress | Edição do dia 21/12/2021 - Matéria atualizada em 21/12/2021 às 04h00

Brasília, DF – O relator-geral do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), aumentou levemente a previsão do salário mínimo para 2022, de R$ 1.169 para R$ 1.210. Mesmo assim, esse será o terceiro ano seguido sem reajuste real. Até 2019, a regra para o salário mínimo previa a correção pela inflação do ano anterior (INPC) mais o aumento real do PIB de dois anos antes (caso este último seja positivo) -o que, na maior parte do período proporcionou reajustes reais aos trabalhadores. A regra foi instituída em 2011, no governo de Dilma Rousseff (PT). A partir de 2020, já durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), só houve aumento do salário mínimo pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Isso significa que, desde então, o salário mínimo não teve nenhum ganho real. A conta do reajuste para 2022 considerou uma projeção para o salário mínimo feita pelo Ministério da Economia em novembro. No substitutivo, no entanto, Leal estima um INPC de 10,18% em 2021 -o que levaria o mínimo para um valor maior, de R$ 1.211,98. O valor consta do parecer final divulgado na madrugada desta segunda-feira (20). A previsão inicial era que o texto fosse votado nesta segunda-feira (20), mas, devido a divergências sobre valores destinados à Educação e em meio à pressão da segurança pública para reajuste salarial, o texto só deve ser apreciado na CMO (Comissão Mista de Orçamento) nesta terça (21). A Constituição determina que o salário mínimo deve garantir a manutenção do poder de compra do trabalhador, e, por isso, o valor tem que ser corrigido ao menos pela inflação. Atualmente, o valor é de R$ 1.100. Os aumentos reais do salário mínimo feitos no passado representaram uma das principais políticas para a queda na desigualdade de rendimentos no Brasil em uma década, segundo um estudo dos pesquisadores Niklas Engbom, da Universidade de Nova York, e Christian Moser, da Universidade Columbia. Pelo estudo, o aumento do salário mínimo elevou sobretudo as remunerações dos trabalhadores na base da distribuição de renda, como era esperado. Mas, ao mesmo tempo em que os brasileiros que recebiam o piso foram diretamente favorecidos, mesmo aqueles que ganhavam acima do mínimo se beneficiaram, já que o cenário ajudou a empurrar para cima as demais remunerações. Apesar disso, o aumento do salário mínimo demanda mais recursos públicos -já que ele baliza, por exemplo, as despesas com aposentadorias. Pesquisadores do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro Economia da Fundação Getulio Vargas) já calcularam que a manutenção da regra levaria os gastos do governo federal com benefícios previdenciá­rios e assistenciais no valor de um salário mínimo de cerca de R$ 305 bilhões calculados em 2019 para R$ 540 bilhões em 2029 e R$ 860 bilhões em 2040. O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou em 2020 que conceder um aumento maior no salário mínimo geraria demissões e condenaria pessoas ao desemprego. Segundo o ministro, é preciso “ter cuidado” com a hora para fazer esse tipo de ajuste.

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