O etanol hidratado vendido nos postos alagoanos acumula uma alta de 42,3% no ano, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (28), pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foi a maior alta do período entre os combustíveis comercializados em Alagoas. De acordo com os dados, o combustível derivado de cana-de-açúcar começou o ano sendo comercializado a R$ 3,652, em média. Atualmente, o preço do produto nas bombas locais é de R$ 5,199, em média. O levantamento da ANP mostra ainda que o óleo diesel acumula a segunda maior alta no ano, com 42,1%. Em janeiro, o preço médio do combustível estava em R$ 3,903, contra R$ 5,550 atuais. Já a gasolina aparece em terceiro lugar, com um acumulado de 36,6%. Segundo a ANP, em janeiro, o combustível era encontrado nas bombas dos postos alagoanos a R$ 4,777, em média, contra R$ 6,530 registrados na última semana do ano.
INFLAÇÃO
Levantamento divulgado na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o etanol lidera o ranking do acumulado da inflação, com uma alta de 63,28%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). No “top 10” da inflação em 2021 ainda aparecem o pimentão (50,75%), gasolina (49,59%), óleo diesel (48,01%), mandioca (46,21%), café moído (45,65%), gás veicular (43,26%), revista (40,31%) e gás botijão (38,07%). Os problemas com a safra da cana-de-açúcar foram os responsáveis pela alta no preço do etanol e do açúcar refinado, segundo Gilberto Braga, economista e professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). “Nós tivemos questões climáticas, com um inverno muito rigoroso, muita chuva, isso atrapalhou a produção de cana”, explicou. Sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura, empresa de consultoria em energia, Pedro Oliveira ainda aponta outros fatores para o crescimento dos derivados da cana. Em meio à pandemia, as commodities, como açúcar e petróleo, tiveram um aumento no valor. Assim, as usinas focaram na produção do açúcar e diminuíram a de etanol, que sofreu os efeitos da oferta e procura. “O etanol é um substituto da gasolina. A gente tem uma frota de carros flex muito grande e o preço acaba acompanhando o da gasolina. As pessoas começam a trocar e, pela lei da oferta e demanda, o preço começa a subir”, colocou. Até a gasolina foi afetada pelo aumento do etanol. A adição de 27% do derivado da cana, que geralmente serve para baratear o preço nas bombas, acabou tendo o efeito contrário. Dos dez itens com maior aumento da inflação em 2021, cinco são do setor de combustíveis: etanol, gasolina, diesel, gás veicular e gás botijão. As informações são da CNN Brasil.