Dados da Serasa Experian apontam que Alagoas tem o quarto menor percentual de adultos inadimplentes do Brasil. Os números apontam que 36,8% dos adultos alagoanos estão com o nome “sujo”. No Amazonas está o dado mais preocupante: há mais adultos inadimplentes (51,8%) do que adultos com as contas em dia. Em seguida, aparecem outros Estados onde a parcela de inadimplentes é de praticamente metade dos adultos, como Rio de Janeiro, Amapá e Distrito Federal — os três com índices superiores a 49%.
Alagoas está na outra ponta, que é encabeçada pelo Piauí, com “apenas” um terço dos adultos com nome sujo. Santa Catarina (34,8%), Rio Grande do Sul (36,3%) também aparecem entre os Estados onde uma proporção maior de adultos está conseguindo pagar as contas em dia.
Uma pessoa está inadimplente a partir do momento em que não consegue pagar uma conta até a data do vencimento. Ela só entra nas estatística de inadimplência da Serasa, no entanto, a partir do momento que a empresa comunica que determinada conta não foi paga. Depois disso, “a Serasa encaminha comunicação — via SMS, e-mail, carta — para o devedor, falando que a pessoa tem dez dias para resolver essa situação e que, caso contrário, o nome dela vai ser negativado”, explica o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian.
Ele diz que é essencial levar em conta a renda per capita para entender a questão da inadimplência, já que “renda per capita é capacidade de pagamento” — ou seja, Estados com essa renda mais alta teoricamente tendem a ter menor inadimplência.
Isso ajuda a explicar a situação do Amazonas, que tem a maior taxa de inadimplência do país e também está entre as três menores rendas per capita do Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas o Estado com menor proporção de inadimplentes, o Piauí, também está entre aqueles com menor renda per capita. E o Distrito Federal, unidade da federação com maior renda per capita, está entre as maiores taxas de inadimplência. “É que a renda per capita, embora seja um fator relevante, não é o único’’, argumenta Rabi.
Rabi destaca que têm observado que a inadimplência tende a ser menor em Estados que estão inseridos em uma cadeia exportadora de commodities e onde o peso desse setor na economia local é relevante.
No Brasil como um todo, são quatro adultos inadimplentes a cada dez, ou 41%. O número de 66,6 milhões de pessoas com nomes negativados registrado em maio é o recorde — o maior desde o começo da série histórica da Serasa Experian, iniciada em 2016. Em relação a maio do ano passado, houve um aumento de 4 milhões de nomes negativados.