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Nº 5897
Economia

INADIMPLÊNCIA CRESCE E ATINGE 65 MIL FAMÍLIAS MACEIOENSES

De acordo com pesquisa da Fecomércio, 21,6% das famílias estavam com contas em atraso na capital alagoana em julho deste ano

Por ANNA CLÁUDIA ALMEIDA* EDITORA DE ECONOMIA | Edição do dia 24/08/2022 - Matéria atualizada em 24/08/2022 às 04h00

A inadimplência das famílias de Maceió voltou a crescer entre os meses de junho e julho. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), que é realizado pelo Instituto Fecomércio Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que 65 mil famílias não conseguiram pagar as contas. Os dados ressaltam que a inadimplência chegou ao patamar de 21,6%. De junho a julho, o levantamento demonstra um acréscimo de pelo menos duas mil famílias com contas em atraso. O mês de julho também registrou a maior taxa de maceioenses com alguma dívida em 2022.Segundo o levantamento, 71,1% das famílias da capital alagoana estão endividadas.

Em se tratando do impacto do endividamento no orçamento familiar, 88% dos endividados estão com entre 11% e 50% do salário comprometido com dívidas. Neste aspecto, Hortencio ressalta que o indicado para ter uma vida financeira saudável é não ultrapassar o limite de 30%. Para o economista e coordenador do Instituto Fecomércio Alagoas, Victor Hortencio, o panorama apresentado pelas pesquisas é reflexo da queda do poder de compra da população, provocada por uma pressão inflacionária de dois dígitos, que força as pessoas a se endividarem para conseguir manter o padrão de consumo, em meio a volta da normalidade no funcionamento dos setores de bens e serviços, antes contidos devido às restrições da pandemia de Covid-19.

O cenário local, alcançado após cinco altas consecutivas, acompanha, de maneira mais comedida, o que tem sido registrado em um contexto nacional. De acordo com a pesquisa da CNC, que abrange todas as capitais do país e o Distrito Federal, o nível de endividamento do brasileiro chegou, em julho, ao maior patamar dos últimos doze anos, com 78% das famílias nessa condição. A segunda metade de 2022 começou com 29% das famílias brasileiras com algum tipo de conta ou dívida atrasada. Esse é o maior percentual de inadimplência registrado desde 2010, quando a PEIC iniciou a apuração mensal. Houve aumento de 0,7 ponto percentual na comparação com o mês anterior e de 6,6 p.p. em relação a julho do ano passado. O percentual de comprometimento da renda permanece no mesmo valor, em 30,4%, desde abril, mas 22% dos brasileiros estão com mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas. “A alta dos indicadores de inadimplência, após queda nos meses de abril, maio e junho, indica que as medidas extraordinárias de suporte à renda, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, aparentemente tiveram efeito momentâneo no pagamento de contas ou dívidas já atrasadas, concentrado no segundo trimestre deste ano”, analisa o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

* Com Assessoria.

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