Brasileiro consome mais cerveja e menos cigarro
Rio - Mais cerveja, menos cigarro. Leite em pó no lugar do leite pasteurizado. Produtos de preparo mais prático tomando espaço dos alimentos tradicionais. Os 20 anos que separaram o final das décadas de 70 e de 90 marcaram uma significativa mudança no con
Por | Edição do dia 01/05/2002 - Matéria atualizada em 01/05/2002 às 00h00
Rio - Mais cerveja, menos cigarro. Leite em pó no lugar do leite pasteurizado. Produtos de preparo mais prático tomando espaço dos alimentos tradicionais. Os 20 anos que separaram o final das décadas de 70 e de 90 marcaram uma significativa mudança no consumo, espelhada pelas transformações no ranking dos cem produtos mais vendidos pela indústria nacional nos dois períodos. Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1979 e em 1999 mostrou que a venda per capita anual de cerveja das indústrias dobrou no País no período, passando de 25 litros para 53 litros. A população cresceu de 119 milhões de pessoas em 1980 (o instituto não dispõe dos dados de 1979) para 165 milhões em 1999 ou seja, um incremento de 38% em duas décadas. O superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), Marcos Mesquita, explicou que no início dos anos 80 a bebida era tipicamente masculina e hoje aumentou a participação da mulher no consumo. Além disso, a população adulta cresceu 65%, acima da média total. Outra justificativa é que o produto mudou com o tempo e hoje, além de menos amargo, tem menor teor alcóolico, que caiu de 5,5% para 4,5%. Contrabando e menor consumo - o intervalo de 20 anos exposto pela pesquisa marcou também a queda das vendas de cigarro, que passaram de 136 bilhões de unidades em 1979 para 111 bilhões no final da década de 90, com redução de 18%. É bom lembrar que as indústrias tabagistas alegam que essa diminuição do mercado formal ocorreu em razão do contrabando do produto. Mas o chefe do departamento de Indústria do IBGE, Silvio Sales, disse que apesar da veracidade da existência das vendas ilegais, tudo indica que houve realmente redução do consumo. Menos fumaça no pulmão, mais chama nas cozinhas. A venda de fogões cresceu de 3,2 milhões de unidades em 1979 para 5 milhões em 1999, aumento com fôlego menor do que o registrado nos refrigeradores, cujas vendas passaram de 1,7 milhão de unidades para 5,3 milhões no período. No grupo dos eletrodomésticos, merecem destaque também os televisores em cores, cujas vendas triplicaram nos 20 anos, passando de 1 milhão de unidades para 3,7 milhões. Do lado dos alimentos houve significativa elevação do volume vendido dos biscoitos e bolachas (542 mil toneladas em 1979 para 900 mil toneladas em 1999) e do leite em pó (140 mil toneladas para 243 mil toneladas), assim como o açúcar cristal, com aumento de 5 milhões de toneladas para 14 milhões de toneladas.