Banco Central vai cortar juros se infla��o ceder, diz Fraga
Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, afirmou, ontem, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, que se for confirmada a queda da inflação, o BC vai cortar os juros. A taxa de juros faz parte do nosso arsenal para exam
Por | Edição do dia 14/05/2002 - Matéria atualizada em 14/05/2002 às 00h00
Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, afirmou, ontem, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, que se for confirmada a queda da inflação, o BC vai cortar os juros. A taxa de juros faz parte do nosso arsenal para examinar a trajetória da inflação e buscar atingir nossas metas, no prazo adequado. O nível de atividade é uma variável muito importante. Se essa desaceleração, que ainda não se confirmou, mas é real, se confirmar e espelhar uma taxa de inflação mais baixa, nós poderemos cortar, afirmou Fraga. O presidente do BC disse acreditar que o período pré-eleitoral poderá reduzir um pouco os investimentos estrangeiros. Ele lembrou, no entanto, que as empresas interessadas nesse tipo de investimento pensam num horizonte de 10 anos. Não creio que o impacto seja muito grande, a não ser que aconteça algo muito estranho. Para o presidente do BC o Congresso Nacional deveria votar o mais rapidamente possível a proposta de emenda constitucional que prorroga a CPMF. A sensação que se tem é que o ambiente no Congresso está muito nervoso, às vezes beirando um certo caos, e as coisas importantes das quais dependem o futuro do País ficam lá aguardando e nós aqui procurando formas de cobrir isso com medidas custosas, desagradáveis. Seria muito melhor que eles (Congresso) votassem rápido, afirmou. Argentina Armínio Fraga afirmou, também, na entrevista à TV Globo, que são remotas as possibilidades de a economia brasileira sucumbir a uma crise como a da Argentina. Ele afirmou, no entanto, que sempre existe o risco se os passos certos não forem dados. Fraga afirmou, ainda, que está preocupado com uma certa falta de coerência nos planos econômicos oferecidos pelos candidatos à Presidência. É muito comum durante campanha eleitoral que os candidatos prometam, falem do bem e dêem a impressão de que tudo é viável já, disse ele. Mas infelizmente isso não é verdade, concluiu.