Parmalat ter� 12 anos para quitar d�vida
São Paulo - A Parmalat Alimentos, braço operacional da multinacional italiana no Brasil, conseguiu de seus credores a aprovação de um plano para recuperação da empresa, previsto pela nova Lei de Falências. A proposta, elaborada pela Íntegra Associados, co
Por | Edição do dia 25/12/2005 - Matéria atualizada em 25/12/2005 às 00h00
São Paulo - A Parmalat Alimentos, braço operacional da multinacional italiana no Brasil, conseguiu de seus credores a aprovação de um plano para recuperação da empresa, previsto pela nova Lei de Falências. A proposta, elaborada pela Íntegra Associados, consultoria responsável pela reestruturação da empresa desde a crise financeira que atingiu a matriz italiana há dois anos, só foi aprovado depois de 13 horas de assembléia, que reuniu os credores da empresa na última quinta-feira. Com a aprovação do plano, que obteve a concordância de 94,2% dos votos dos credores, a Parmalat Brasil ganha prazo de até12 anos para quitar seus débitos no País. Com isso, a empresa terá plenas condições de se recuperar financeiramente e manter suas atividades produtivas, disse Bastos, observando que a aprovação do plano foi resultado de um longo processo, que envolveu muitas negociações. A Parmalat Brasil estava em concordata até junho, quando conseguiu na Justiça a autorização para migrar para o regime de recuperação da nova Lei de Falências. O plano aprovado prevê que a dívida da empresa com os credores operacionais (fornecedores), da ordem de R$ 150 milhões, será paga num prazo de quatro anos. Já as instituições financeiras credoras terão duas opções de debêntures com prazo de vencimento em 12 anos. Pelo acordo, os credores também autorizaram a empresa a buscar compradores para a Batávia, com sede no Paraná e cujo controle acionário pertence à Parmalat, ou para a Etti, outra subsidiária sua que fica no interior paulista. Outros ativos da marca também poderão ser vendidos, a fim de capitalizar a empresa e gerar recursos para o pagamento dos seus credores. O valor da dívida da Parmalat com os bancos ultrapassa R$ 800 milhões, nos cálculos de Nelson Bastos, sócio da Íntegra Associados, também responsável pela remodelação dos débitos. A proposta define a oferta de duas categorias de debêntures com vencimento fixado em 12 anos. Outros R$ 120 milhões são devidos a fornecedores. Conforme Bastos, a maioria dos credores dessa categoria é composta por fabricantes de embalagens. A Parmalat vai precisar de aporte de R$ 20 milhões e, segundo cálculos da Íntegra, continuará vendendo ativos para garantir o cumprimento do acordo, que precisa da chancela judicial. A expectativa é de que o juiz da 1ª Vara de Falências de São Paulo encarregado do caso, Alexandre Lazzarini, concorde com a reestruturação em janeiro. A Parmalat fatura R$ 1 bilhão por ano e esse valor poderia ser 50% maior, pois a marca é conhecida e tem enorme rede de distribuição, ponderou Bastos. A previsão é de que a empresa tenha fechado um acordo garantindo os R$ 20 milhões até 31 de março de 2006.