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Nº 5846
Economia

AL tem 255 mil jovens que nem estudam nem trabalham, diz IBGE

Dados do IBGE colocam Alagoas na segunda posição nacional do ranking do percentual da chamada geração “nem-nem”

Por Hebert Borges | Edição do dia 30/03/2024 - Matéria atualizada em 30/03/2024 às 04h00

2023 foi um ano que o jovem Henrique Rocha, de 19 anos, considera “perdido”. Ele terminou o ensino médio em 2022 e não seguiu ir para a graduação nem trabalhou. E ele não está sozinho nessa condição. Henrique faz parte de um contingente de 255 mil jovens alagoanos com idade entre 15 e 29 anos que nem estudam nem trabalham, os chamados “nem-nem”.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados este mês e colocam Alagoas na segunda posição nacional do ranking do percentual de “nem-nem”.

Ainda assim, a estatística aponta que esse grupo tem reduzido em Alagoas. Em 2019, antes da pandemia, eram 288 mil “nem-nem”, em 2022 caiu para 256 mil e no ano passado mais uma redução. Em números percentuais, entre 2019 e 2022, a queda foi de 11,4%. Já em números absolutos, a redução é de 33 mil.

Em relação ao total da população com idade entre 15 e 29 anos, a geração “nem-nem” corresponde a 30,2% desses jovens em Alagoas, a segunda maior taxa do Brasil, atrás somente do Acre, que tem taxa de 31,8%. A taxa nacional é de 19,8%.

Henrique Rocha conta que mora em Joaquim Gomes, na Zona da Mata de Alagoas, e que estudou para completar o ensino médio, como uma obrigação, mas diz não gostar de estudar. Sobre o trabalho, ele diz que não sabe ainda exatamente o que vai fazer. “Meu pai trabalha vendendo móveis, estou aprendendo a montar móveis para começar a ganhar algum dinheiro com isso”, relata.

O jovem diz ainda que este ano pretende tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para, se preciso, trabalhar em alguma plataforma de serviço de entrega ou transporte de passageiros.

Negro, Henrique tem exatamente a cara do “nem-nem” alagoano, já que 77% desse grupo é formado por jovens pardos ou pretos. Dos 255 mil alagoanos nessa condição, 197 mil são pretos ou pardos e 55 mil são brancos. O jovem de Joaquim Gomes só é minoria no quesito sexo, já que 63% dos “nem-nem” de Alagoas são mulheres. Elas são 161 mil dos 255 mil alagoanos desse grupo. Os homens são 95 mil.

Já os jovens em situação totalmente oposta, os que trabalham e estudam, são 88 mil em Alagoas, sendo 45 mil mulheres e 43 mil homens. Embora seja um grupo pequeno, esse é um grupo que aumenta, diferente dos “nem-nem. A quantidade de jovens que estudam e trabalham em Alagoas era de 64 mil antes da pandemia e alcançou os 88 mil em 2023, alta percentual de 37,5% e de 24 mil em números absolutos. Nessa condição de estudantes e trabalhadores, os pretos e pardos são a maioria, com 63 mil pessoas no grupo. Os brancos são 25 mil.

Em nível nacional, 19,8% dos jovens de 15 a 29 anos, ou seja, um entre cinco, não estudava nem trabalhava em 2023. Em números absolutos, eram 9,6 milhões de pessoas nessa situação. O estudo constatou que, por outro lado, 15,3% dos jovens trabalhavam e estudavam, 39,4% apenas trabalhavam e 25,5% apenas estudavam.

A parcela de jovens que não trabalhavam nem estudavam recuou em comparação com 2022 (20%) e com 2019 (22,4%).

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