Preço dos ovos de Páscoa pesa no bolso dos alagoanos

Os tradicionais ovos de chocolate chegaram ainda mais caros às prateleiras em 2025. Segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o aumento foi de 9,5% em relação ao ano passado. Nos últimos três anos, a alta acumulada já chega a 43%. Em 2023, o reajuste foi o mais expressivo, com 18,6%.

Além dos ovos de Páscoa, outros produtos também ficaram mais caros. O chocolate em geral subiu 27% em comparação ao ano passado, enquanto os bombons tiveram alta de 13,5%. O economista Diego Farias explica que o preço do cacau tem influência direta nos custos, apesar do Brasil ser um dos maiores produtores da matéria-prima.

“Apesar de sermos autossuficientes, ainda importamos cacau de Gana e Costa do Marfim, e isso impacta no preço. Além disso, embalagens especiais, custos com logística e mão de obra também subiram. A carga tributária para esse produto específico ainda é alta, e todos esses fatores são repassados ao consumidor”, detalha o especialista.

Alternativas para driblar os preços

Com os ovos de Páscoa cada vez mais caros, os alagoanos estão buscando alternativas para manter a tradição sem comprometer o orçamento. Para economizar, Diego Farias recomenda pesquisa de preços e planejamento.

“O valor dos ovos segue um formato de ‘V’ invertido: quanto mais próximo da Páscoa, mais caro fica. Depois da data, há uma queda nos preços, mas pode ser que o consumidor não encontre mais o produto. Outra opção interessante é apostar nos ovos artesanais, que costumam ser mais baratos e ainda ajudam pequenos empreendedores”, explica o economista.

Foi o que fez o servidor público Antônio Sales no ano passado, e ele pretende repetir a estratégia. “Ano passado comprei ovos caseiros, achei o preço melhor. Pelo que estou vendo aqui, este ano vou comprar novamente. Por um lado é bom porque ajuda pequenos comerciantes a lucrarem nesse período”, afirma.

Já o auxiliar administrativo Jadson Oliveira decidiu abrir mão dos ovos e apostar em alternativas mais em conta. “O preço tá muito alto, levei um susto. Não vale a pena. Este ano, vou presentear com caixas de bombons e barras de chocolate”, diz.

Por outro lado, algumas pessoas ainda fazem questão de manter o costume. A aposentada Ivone Santos, por exemplo, não quer deixar os netos sem o tradicional presente de Páscoa. “Sim, achei bem salgado o preço, mas eu compro muito mais pelo valor sentimental e pelo que representa para meus netos”, afirma.