app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5874
Esportes

Surfistas alagoanos s�o �dolos nacionais

WELLINGTON SANTOS/VICTOR MÉLO As histórias de dois atletas das Alagoas se cruzam no quebrar das ondas. O amor pelo gosto de sal e a paixão pelos enigmas do mar completam as simples caricaturas dos campeões. Emergem aos poucos de uma cortina de águas em e

Por | Edição do dia 25/02/2002 - Matéria atualizada em 25/02/2002 às 00h00

WELLINGTON SANTOS/VICTOR MÉLO As histórias de dois atletas das Alagoas se cruzam no quebrar das ondas. O amor pelo gosto de sal e a paixão pelos enigmas do mar completam as simples caricaturas dos campeões. Emergem aos poucos de uma cortina de águas em ebulição as imagens de Tânio Barreto, atual campeão brasileiro de surfe profissional, e Marcondes Rocha, um fenômeno de quebrar recordes no mundo das pranchas. Quatro anos separam Marcondes de Tânio. Por enquanto, os campeões fazem parte ainda de gerações distintas no mundo das pranchas. Mas o destino certamente lhes reserva grandes pegas no mar e inúmeras dobradinhas nos pódiuns da vida. Suas carreiras avançam assustadoramente e podem transformar Alagoas, em breve, na capital mundial do surfe profissional. Bastam apenas as profecias se concretizarem. Os que já viram as duas feras em ação atestam a competência que corteja o sonho de um título mundial. Os objetivos de Tânio e Marcondes também pegaram a mesma onda perfeita e não se contentam com resultados apenas razoáveis. A última zona de arrebentação para os campeões é tão somente o topo do mundo, e nada mais. Reverência a um certo Tânio Barreto Quando as ondas passam e o tempo escreve na prancha de um campeão as estrelas de títulos inéditos, as pessoas podem abrir uma revista, ou jornal, correr com um olhar de espanto os números da vitória e concluir orgulhosas que um conterrâneo honrou o nome de seu Estado. A notícia do título nacional conquistado pelo alagoano Tânio Barreto, no fim de 2001, foi motivo de satisfação, euforia e, sobretudo, surpresa para grande maioria do povo das Alagoas. A carreira de Tânio acabou sendo consolidada sem grandes estardalhaços. O garoto da Praia do Rainha confirmou as expectativas que rondavam seu nome e à custa de muito esforço, persistência e inspiração foi escrevendo seu nome em etapas. Primeiro foram os resultados expressivos como amador, depois veio a adaptação ao surfe profissional, a partir de 1999, e finalmente a inédita e tão esperada conquista do título brasileiro no ano passado. Ele vive hoje em Santa Catarina. A falta de apoio levou o atleta das ondas para longe de seu verdadeiro habitat. Já aos 16 anos, Tânio partiu sozinho para Florianópolis em busca do simples reconhecimento e do ingresso entre os profissionais do surfe. “Enfrentei muitas dificuldades em Alagoas para encontrar patrocínio. Como não consegui, tive que viajar para o Sul do País em busca de estrutura. Com apoio e muita ralação pude enfim mostrar todo o meu potencial e levantar esse título inédito em 2001, aos 22 anos”, desabafou o campeão, com o olhar perdido no mar ainda revolto de Maceió. Coração aventureiro Concentração e regularidade são as palavras mais fortes para definir as características de Tânio Barreto. Ele possui um lado espiritual muito desenvolvido, que o ajuda a enfrentar dificuldades dentro ou fora do mar, sem grandes traumas. O jeito tranqüilo de falar e o olhar introspectivo revelam os traços marcantes da personalidade do campeão. Desde os 9 anos Tânio desafia a força das marés. Quando acabam as baterias e o garoto da Praia do Rainha dedilha no violão canções de saudade, é da infância, dos amigos e das ondas quentes das Alagoas que seu coração aventureiro sente falta.

Mais matérias
desta edição