Esportes
CSA,UNI�O E FOR�A

JOSÉ SEBASTIÃO BASTOS * Lema poderoso que representa e consagra o perfil do torcedor azulino: União e Força. UNIÃO de todos, vida unitiva, intensamente solidária e fiel. E FORÇA, que retrata toda a grandeza sempre presente no seu torcedor, a energia que atua e viceja vigorosa nos momentos de glória e de dificuldade. Nas primícias da juventude e da minha vida estudantil, no outrora bairro operário do Bom Parto, vizinho ao Mutange, falava-se muito de futebol e exaltavam-se os brilhantes feitos do CSA, Centro Sportivo Alagoano, entusiasmando-me e despertando o meu interesse para assistir aos jogos de futebol no campo do Mutange, atual Estádio Gustavo Paiva. O tempo passou, alcancei a mocidade e ingressei na faculdade de Direito, formando-me em 1951, e exercendo o mandato de vereador por Maceió, fui convidado para integrar, como um de seus membros, o Tribunal de Justiça Desportiva da antiga Federação Alagoana de Desportos (FAD) para, logo em seguida, assumir a presidência da própria FAD, que dirigi durante 18 anos, em mandatos alternados. Na presidência do futebol alagoano, conheci mais de perto a história e as atividades dos filiados. Sei que o CSA foi fundado em 7 de setembro de 1913, gloriosa data da Independência do Brasil, por um grupo de jovens entusiasmados, tendo à frente: Jonas de Oliveira, Osório Gatto, Antenor Barbosa Reis, Aristides Oliveira e José Fontan, em reunião que se verificou na antiga Sociedade Perseverança e Auxílio dos Empregados do Comércio, hoje Escola Técnica do Comércio, na Rua João Pessoa, Centro. É imenso o seu rosário de glórias constituído de triunfos, de muitos sucessos e de vibrantes vitórias. É, realmente, um estendal de pujantes êxitos a trajetória da agremiação azulina, orgulho da vida esportiva de Alagoas, cuja fama e prestígio ultrapassam os limites do Estado e até do País. Podemos celebrar o admirável caminho percorrido, citando a conquista de 36 campeonatos alagoanos; três vezes vice-campeão brasileiro da Taça de Prata, nos anos de 80, 82 e 83; vice-campeão Sul Americano da Copa Conmebol, promovida pela Confederação Sul Americana de Futebol; participou de mais de dez campeonatos brasileiros da primeira divisão; participa da atual série C não por rebaixamento, mas por reestruturação da CBF, que levou 12 clubes da série B para a A e não subiu a mesma quantidade da C para a B. Participou da Copa Alagipe, entre associações de Alagoas e Sergipe; Copa Nordeste, com os maiores clubes da região nordestina; disputou partidas internacionais com o Velez Sarsfield, da Argentina; Wanders, do Uruguai, e com um combinado de novos da Argentina. Na sua equipe foram revelados talentosos craques, podendo citar, Dida, que se transferiu para o Flamengo do Rio e Seleção Brasileira de Futebol, em 1958; Lula, famoso goleiro, chegou também à seleção nacional; bem como, atualmente, o atleta Adriano. Pela presidência do CSA passaram valorosos desportistas, vindos à memória, destaco, entre outros, os seguintes: Arsênio Araújo, Pedro Pedrosa, Paulo Pedrosa, Ib Gatto, Osório Gatto, Napoleão Barbosa, Benício Monte, José Maurício Brêda, João Lyra, Jorge Assunção, Dirceu Falcão, João Alves de Melo, Vicente Bertoline, Raimundo Tavares, Fernando Collor de Mello, Nilo Floriano Peixoto, Augusto César Farias, Francisco Caetano, José Maria, Arnon de Mello Neto e Euclides Mello. Mirem-se nesse fascinante espelho de glórias os atuais e próximos dirigentes desse vitorioso e conceituado Time, denominado Clube das Multidões, e esqueçam esse transe, essa fase dolorosa, que momentaneamente atravessa o CSA, com o seu inesperado rebaixamento no Campeonato Alagoano de Futebol, mesmo porque o Centro Sportivo Alagoano, em sua trajetória, trouxe para Alagoas e o Brasil títulos consagradores e troféus valiosos que honram o futebol alagoano. Lembrem-se, dirigentes azulinos, que a vida não é somente feita de glórias. Segundo o Eclesiastes: ... Há hora de nascer, hora de viver, de alegrar-se, hora de chorar e hora de morrer. Todos nós passamos por essas fases. Temos que saber suportar os reveses com dignidade e sabedoria cristã, que herdamos do exemplo do Redentor da Humanidade. Todos nos orgulhamos do Centro Sportivo Alagoano. Torcida Azulina, a hora é de UNIÃO E FORÇA. (*) É vice-presidente da CBF e ex-presidente da FAF