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Nº 5897
Esportes Maceió, 29 de fevereiro de 2020
Lance do jogo entre CSA e Coruripe. Partida válida pela 5ª rodada do Campeonato Alagoano de 2020, realizada no Estádio Rei Pelé. Alagoas - Brasil.
Foto: Ailton Cruz

‘Bora, Azulão!’: os gritos de um apaixonado que ecoam no Rei Pelé

Marquinho 'Bora Azulão' é o dono da voz potente que incentiva o CSA e alegra os torcedores nos jogos

Por Luiz Caldas | Edição do dia 14/03/2020 - Matéria atualizada em 14/03/2020 às 04h00

/Maceió, 29 de fevereiro de 2020
Lance do jogo entre CSA e Coruripe. Partida válida pela 5ª rodada do Campeonato Alagoano de 2020, realizada no Estádio Rei Pelé. Alagoas - Brasil.
Foto: Ailton Cruz
/Maceió, 29 de fevereiro de 2020
Lance do jogo entre CSA e Coruripe. Partida válida pela 5ª rodada do Campeonato Alagoano de 2020, realizada no Estádio Rei Pelé. Alagoas - Brasil.
Foto: Ailton Cruz
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Lance do jogo entre CSA e Coruripe. Partida válida pela 5ª rodada do Campeonato Alagoano de 2020, realizada no Estádio Rei Pelé. Alagoas - Brasil.
Foto: Ailton Cruz
/Maceió, 29 de fevereiro de 2020
Lance do jogo entre CSA e Coruripe. Partida válida pela 5ª rodada do Campeonato Alagoano de 2020, realizada no Estádio Rei Pelé. Alagoas - Brasil.
Foto: Ailton Cruz

Futebol vai além de ser o esporte mais popular do mundo. É paixão. A paixão que move os torcedores para acompanhar seus times. Que levou a Tia Noemia, torcedora fanática das Sereias da Vila, a incentivar as meninas em todos os jogos do Santos. Em Maceió, assim como a torcedora santista, há um torcedor apaixonado pelo CSA: Marcos Nazário, que berra como ninguém, incentivando o Azulão em todos os jogos.

Figura conhecida no Rei Pelé, Marquinho ‘Bora Azulão’, de 41 anos, é quem tem a voz mais potente do estádio, apoiando o time marujo. Foi com os gritos de “São Miguel” – como também é conhecido – que o Azulão encontrou o caminho da vitória por 4 a 0, em cima do Coruripe.

A história de amor com o CSA vem de longa data. Sua memória mais antiga com o time lhe remete quando tinha apenas 1 ano e 8 meses. Na ocasião, seu pai o levou para o jogo. Anos mais tarde, em 1986, Marquinho viu o time marujo bater a Portuguesa, por 4 a 0. “Depois daquele jogo contra a Portuguesa, o amor pelo Azulão vem aumentando”, confidenciou.

Em 1988, deu um salto de apenas torcedor para mascote do CSA. Marcos Nazário esteve na volta de Júlio ‘Peu’ dos Santos Ângelo (campeão do mundo pelo Flamengo) para o Azulão. “Fosse até em Caruaru, no campo do Central. Ou até mesmo aqui, no Mutange, meu pai me deixava lá e eu vinha no ônibus do CSA. Com 8 ou 9 anos, junto daquela turma do pagode [no ônibus] naquela resenha. Eu sempre vivi isso, e se tornou o que é hoje”, comentou, emocionado.

Os gritos de Marquinho ecoam por todo o estádio. “Começou junto da torcida, e eu apenas acompanhei”, afirmou. “É algo inexplicável. É o amor pelo Azulão. É algo sem igual”, completou o torcedor fervoroso.

Mesmo diante da má fase que o clube viveu, com a sequência de sete jogos sem vencer, “São Miguel” não deixou de gritar uma vez sequer. Seus gritos soam mais altos que os demais. Conhecedor nato do Azulão, Marquinho tem positividade sobre a atual fase do clube.

“Tem que acertar. Temos que esperar e acreditar. E batalhar para conquistar o tri do Alagoano. Mesmo com a vitória [contra o Coruripe], temos coisas a melhorar. A cada jogo tem uma semana para incrementar e aplicar melhor dentro de campo o que foi treinado”, carimbou Nazário.

Religioso, Marcos fez suas preces para que o Azulão saísse com a vitória, se benzendo a cada lance de perigo que o CSA causa para cima do Coruripe. “Primeiro, Deus, segundo, meus pais, terceiro é o Azulão, e em quarto, é ela [sua esposa Arly]”, comenta.

Tamanha paixão de Marquinho é compartilhada com sua esposa, Arly Lima, que, com bom humor, garante não ter ciúmes de o time azulino vir antes dela no coração do marido. “Eu acho incrível, porque ele é apaixonado pelo CSA. É a paixão dele, é a vida dele. Eu super apoio. Não tenho ciúmes porque sou azulina também, então, está tudo bem”, contou Arly.

O Azulão trouxe um velho conhecido dos torcedores: Michel Douglas. O atacante foi um dos responsáveis na conquista da Série C, em 2017. Marquinho relembra com bons olhos a passagem de Michel pelo clube. “É um jogador que teve um bom momento no CSA. A esperança que a gente tem é de um homem-gol. E que ele resolva dentro de campo. Porém, é bom lembrar que ele sozinho não vai resolver. Precisa de alguém para ajudá-lo”, opinou “São Miguel”.

Torcedor apaixonado, Marcos Nazário acompanha o Azulão em todos os jogos do time no Rei Pelé, tanto que tem seu “cantinho reservado” há mais de 20 anos. Quem for no estádio procurar o “Marquinho Bora Azulão”, se aprochegue na arquibancada alta, que lá estará ele, gritando e incentivando o time marujo. Com várias ocasiões acompanhando o CSA no mesmo “lugar sagrado”, muita coisa já aconteceu naquele cantinho que Marcos tem tanto orgulho em chamar de seu.

“Já teve uma vez que um casal estava aqui, no meu lugar. E falei: ‘eu só assisto [ao jogo] nesse canto. Você quer que o CSA perca?’ E quando o time marcou um gol, eles saíram e me deixaram no cantinho”, revelou Marquinho.

A verdade é que o torcedor fanático pelo time azulino tem muito apreço com o local em que acompanha as partidas, chegando a se emocionar e chorar quando fala das boas lembranças que tem naquele “cantinho abençoado”.

Em outro relato emocionado, em meio aos risos da esposa, Marquinho chega a contar que chorou para que as pessoas saíssem do local. E não há quem ouse “roubar seu lugar”, porque ele tem fãs que protegem o dono da potente voz que reverbera pelo Rei Pelé.

Durante o jogo do Azulão contra o Hulk, foram para mais de cem gritos para o time marujo. Há aqueles em que os ouvidos não aguentam mais ouvir “Bora, Azulão”, mas Marquinho não liga, continua gritando, motivando o time a ir para cima do adversário. Nem mesmo com a partida praticamente ganha o apaixonado Marcos Nazário deixou de gritar.

Quando a partida chegou ao fim, Marquinho continuou com seu “mantra”. Famoso entre os torcedores que acompanham os jogos da arquibancada alta, “São Miguel” é parado constantemente para fotos, retribuindo o amor caloroso dele para com o CSA e para os demais torcedores que têm suas vozes ouvidas através dos gritos de “Bora Azulão!”.

Já na saída, no amotinado de torcedores na rampa para sair do estádio, Marcos Nazário continua se esforçando para soltar seus calorosos berros. E, no apagar das luzes, quando nem mesmo os quero-quero ficam no Rei Pelé, ainda é possível ouvir os gritos escandalosos do torcedor apaixonado: “Bora, Azulão! Bora, Azulão! Bora, Azulão!”.

Coincidência ou não, mas a cada grito potente que ele soltava na arquibancada o CSA chegava com mais garra no campo de ataque. São quase 40 anos de amor pelo clube e que está longe de diminuir. Marcos Nazário é o nome da figura. Torcedor apaixonado. É ele, na arquibancada, que se sobressai na hora de empurrar o Azulão. Não importa se a fase é boa ou ruim, ele estará sempre lá para incentivar o clube no qual se dedicou desde a infância até agora já adulto.

“São momentos que marcam. Eu vivo o Azulão”, disse Marcos Nazário, por fim. “Bora, Azulão! Bora, Azulão! Bora, Azulão!”.

* Sob supervisão da editoria de Esportes.

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