Mais de noventa dias depois, microfones abertos no Ninho do Urubu. O Flamengo concedeu na última quarta-feira (10) a primeira coletiva de imprensa desde o início da pandemia do coronavírus. E o escolhido foi o capitão Everton Ribeiro, que encarou de frente temas esportivos e sociais.
Em sua quarta semana de treinamentos, o Flamengo foi o primeiro clube carioca a retomar as atividades após as férias coletivas de quase dois meses. O clube é ainda um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento dos protocolos de segurança no combate ao Covid 19:
“Sabemos que é um momento diferente. Mesmo não sabendo quando serão os jogos, estamos nos preparando para quando tiver uma data estarmos em alto nível. O Flamengo tem se preparado e discutido sobre a volta”, disse Everton Ribeiro.
“Primeiro, era se organizar e se preparar. Acredito que vá ser corrido quando voltar e temos que estar prontos. Conversamos. O que mais queremos é voltar a jogar, mas temos que esperar e nos preparar”, acrescentou.
A última partida do Flamengo aconteceu há quase três meses, no dia 15 de março, com vitória por 2 a 1 sobre a Portuguesa, pela Taça Rio, já com portões fechados. Restam duas rodadas por disputar pelo segundo turno do Carioca.
Campeão da Taça Guanabara, o Flamengo já está na final da competição e precisa ultrapassar o Fluminense na pontuação geral, além de vencer a Taça Rio, para ter a chance de ser campeão direto. No momento, o Tricolor tem dois pontos de vantagem.
ALGUNS TRECHOS DA COLETIVA DE EVERTON RIBEIRO
Sobre o racismo: “Tenho aprendido muito com meu amigo Willian. Depois da tragédia que aconteceu com o Floyd, todo movimento se voltou para falar do racismo. E no Brasil, pelo que tenho procurado saber, ainda existe muito, principalmente velado. Temos movimentos que procuram combater e temos que dar voz para que eles falem o que sentem, o que vivem. Tento estar mais próximo, até para que meus filhos e netos possam viver menos isso e possamos viver uma sociedade não racista, e mais justa”.
Sobre o posicionamento de jogadores de futebol: “Temos voz para isso. Temos uma população que nos vê como exemplo. Temos a mídia para ser utilizada em grandes causas. Primeiro, temos que nos preparar e conhecer a causa que vamos abordar. É preciso se posicionar sabendo o que está falando e não só por estar em evidência. É aprender para ter argumentos”.
Sobre a renovação do técnico Jorge Jesus: “Quando soubemos que ele já tinha renovado, entregamos uma camisa para ele com o número 2021. Ele disse: ‘O que é isso? Ah, agora, sim. Agora, assinei’. Cobrávamos diariamente. Queríamos que ele ficasse, todos se sentem bem com o trabalho do Mister”.
Sobre a Seleção Brasileira: “Acabou atrasando um pouquinho minha volta. Fui convocado, teriam os jogos, mas vou me preparar para voltar ainda mais forte e pronto para quando tiver uma convocação poder fazer o meu melhor”.