O Flamengo já sabia dos problemas elétricos que culminaram na morte de dez jovens da base do clube no Ninho do Urubu, no dia oito de fevereiro de 2019. Isso é o que dizem e-mails que estão em poder da Justiça e foram obtidos pelo portal UOL. De acordo com os arquivos, uma vistoria havia sido feita no 11 de maio de 2018, nove meses antes da fatalidade, e nada foi feito para solucionar os problemas.
No dia 10 de maio de 2018, um funcionário da empresa CBI alertou o Rubro-Negro e afirmou que “a situação é de grande relevância e alto risco”. O relatório foi enviado a funcionários do clube no dia seguinte, com o objetivo de que houvesse uma troca no quadro elétrico, disjuntores e fiação no jardim do local. Em 12 de maio de 2019, Luiz Humberto Costa Tavares, gerente de administração do Flamengo, enviou um e-mail para Marcelo Helman, diretor executivo de administração do Ninho, relatando os problemas do CT em que meninos da base usavam como dormitórios.
Dois dias depois, a CBI fez um orçamento de reparos da rede elétrica do Ninho no valor de R$ 8.550,00, tendo emitido duas notas fiscais de R$ 4.275,00 com datas para 25 de maio de 2018 e 1º de outubro de 2018. O trabalho necessário para evitar as tragédias nunca foi feito.
Procurado pelo Globoesporte.com, o ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello afirmou que “esse tipo de assunto não chega à presidência do clube”.
Conforme o UOL, o comportamento de Marcelo Helman após a tragédia não agradou à direção de Rodolfo Landim, mas o funcionário só foi desligado do clube em junho, por questões políticas.