A polícia espanhola identificou e deteve três homens que fizeram gestos racistas contra o brasileiro Vini Jr, no domingo (21), no jogo Valencia x Real Madrid, pela La Liga. O trio, formado por jovens de 18 a 21 anos, foi identificado pelo próprio Valencia e levado para prestar esclarecimentos. No entanto, eles foram liberados pouco depois de prestarem depoimentos.

Após darem depoimento, os jovens foram informados que terão de comparecer ao tribunal quando for solicitado. O caso ainda deve ter outros desdobramentos. Segundo o jornal “Marca”, a polícia deve acusá-los, a princípio, de um delito relativo ao “exercício dos direitos fundamentais e liberdades públicas”. A investigação, porém, vai continuar para tentar identificar mais torcedores que tenham cometido crime contra Vini Jr.

Em outra operação nessa terça (23), a polícia espanhola prendeu outros quatro homens suspeitos de pendurarem um boneco com o nome do atacante em uma ponte de Madri, no último dia 26 de janeiro. As prisões ocorreram na manhã dessa terça e os 4 homens estão ligados à Frente Atlético, torcida organizada do Atlético de Madrid.

O Valencia divulgou comunicado informando que identificou três torcedores que fizeram os gestos racistas contra Vini Jr no jogo de domingo. O clube afirma que não tolera nenhum caso de racismo e nega que todos os torcedores tenham proferido ofensas racistas ao brasileiro, dando a entender que foram casos isolados já identificados.

“VIDA EM RISCO”

No domingo (21), horas após Vini Jr sofrer injúria racial, o presidente Lula se manifestou oficialmente e demonstrou solidariedade ao brasileiro. Lula também pediu que a Fifa e a federação espanhola tomassem providências no caso. Na segunda (22), o Ministério do Esporte também emitiu nota oficial sobre o assunto, pedindo medidas do Governo da Espanha.

“O que o Governo brasileiro tem que fazer e parece estar fazendo é defender o Vinicius. Estão exigindo que o governo espanhol faça alguma coisa, que o Vini Jr seja protegido. Porque do jeito que está hoje, a federação está jogando ele aos leões. Vini está em território espanhol, eles (governo da Espanha) precisam fazer alguma coisa. Algo grave pode acontecer com o Vini Jr, e eles serão responsáveis por isso”, alertou Marcelo Carvalho, criador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.