Rio - A comissão de inquérito instaurada no Flamengo, no início do ano, para apurar irregularidades na administração do presidente Edmundo dos Santos Silva, descobriu o que pode ser mais um erro do dirigente. De acordo com os investigadores, ele recebeu do Grêmio um total de R$ 323 mil que não foram contabilizados. O valor recebido se refere a uma multa aplicada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), por causa do resultado positivo para o exame de doping do zagueiro Scheidt, flagrado na partida entre ambas as equipes no dia 21 de abril de 1999. O montante não aparece nos balanços do Rubro-Negro nos anos de 1999 e 2000. Alheio a mais este escândalo, Silva se preocupou em  conseguir um habeas-corpus  para o mandado de prisão preventiva emitido pelo juiz da 29a  Vara Cível de São Paulo, Nuncio Theophilo Neto, no dia 19. O documento foi enviado ao Rio de Janeiro por carta precatória e aguarda trâmites burocráticos para ser cumprido. O 3o vice-presidente do Tribunal de Justiça de São  Paulo, desembargador Mohamad Amaro, acolheu o pedido  de habeas-corpus e ficou de  dar uma resposta hoje para Silva. Para conseguir seu objetivo,  o presidente do Flamengo argumentou que não descumpriu uma ordem judiciária (motivo do mandado de prisão) ao emprestar o passe do atacante Reinaldo ao São Paulo. O passe de Reinaldo está penhorado como a garantia de uma dívida, de aproximadamente US$ 1,8 milhão, com o Corinthians e por isso não poderia ser negociado. Silva garantiu que como o Flamengo ainda possui os direitos federativos sobre o passe do atacante, não existe um erro caracterizado na transação. Desabafo O vice-presidente de futebol do Flamengo, Walter Oaquim, criticou o Corin-thians pelo pedido de prisão de Silva. “O que eles estão fazendo, entre aspas, é chantagem. Não adianta que na “mão grande” ninguém vai levar os jogadores do Flamengo”, esbravejou Oaquim. “Não adianta o Citadini (Antônio Roque Citadini, vice-presidente de futebol do Corinthians) falar que quer jogadores. Ele que vá catar flores em outro jardim!”