ESTÁDIO DO AZULÃO?
CSA planeja construir arena de futebol com capacidade para 30 mil pessoas
Presidente Mírian Monte diz que Maceió precisa de mais um estádio e que vai buscar recursos que podem vir a ser públicos


No meio da semana, a notícia de que o CSA planeja construir um estádio (arena) próprio, sonho antigo da torcida azulina, agitou os bastidores do Azulão. O clube, inclusive, mantém contato com um escritório de arquitetura especializado em projetos de arenas. A intenção da diretoria é ter em mãos um projeto de estádio para atrair a atenção de investidores e colocá-lo dentro de um combo de negociação em uma possível transformação do clube em uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF).
Segundo a presidente do CSA, Mírian Monte, em contato com a Gazeta de Alagoas, ainda não foram definidos detalhes concretos sobre a obra. Mas ela confirmou os contatos com escritórios especializados. “A nossa diretoria está mantendo contato com escritórios especializados em projetos arquitetônicos de arenas. E vamos iniciar uma fase de estudo de viabilidade de construção e uma possível execução, inclusive de ser trabalhada numa eventual proposta de SAF ou mesmo buscar um investidor específico para a construção da arena”, disse Mírian Monte.
Ela disse que o assunto ainda é algo embrionário. “Estamos dando esse passo, mas é embrionário, por meio de nossa diretoria de obras, que tem mantido contato com essa empresa especializada nesses projetos e também nossa diretoria de negócios, marketing. Estamos tendo esse diálogo e o pontapé inicial vai ser dado, vamos iniciar essa fase de estudo de viabilidade para iniciar esse projeto”, destacou.

A mandatária revelou que ter uma arena não só é um desejo, como também uma necessidade para Maceió e para Alagoas. Além disso, falou que, superada esta fase do projeto inicial, o Azulão vai se movimentar em busca de recursos, que podem também ser públicos.
“Vamos nos movimentar para prospectar esses recursos, que podem ser, inclusive, recursos públicos, tendo em vista a necessidade de um espaço como este aqui na nossa cidade. E, principalmente, diante da constatação de que Alagoas tem crescido seu potencial turístico, econômico, cultural, esportivo. Então, com certeza, vamos caminhar para viabilizar a construção desta arena”, informou.
Diretor de Obras do CSA, Gustavo Ferreira também falou com a reportagem e revelou que a pretensão, de início, é construir a arena no próprio CT Gustavo Paiva, na parte alta da capital alagoana. E mais: com a capacidade para 30 mil pessoas.
“Estamos concluindo os trabalhos preliminares. Estamos prevendo uma capacidade para 30.000 pessoas. Considero que já avançamos bastante. Temos uma área propícia dentro do nosso Centro de Treinamento, realizamos todos os levantamentos iniciais de engenharia e estamos formatando a ideia com um grupo de arquitetos que já possui experiência, não só na elaboração de todo o material técnico para esta fase em que nos encontramos, como plano inicial de trabalho, estudo de viabilidade técnica, maquetes eletrônicas e vídeos de como será a futura arena, mas também na ação efetiva de captação de investidores”, revelou.

Ainda de acordo com Ferreira, a ideia é iniciar todo o material técnico necessário no que diz respeito à arquitetura e à engenharia, a fim de conversar, tendo algo mais concreto em mãos, com possíveis investidores. “Pretendemos mostrar toda a força do projeto, não só relacionado às inúmeras possibilidades de retorno financeiro, uma vez que a arena estará localizada em uma área privilegiada da nossa cidade, diretamente conectada com a parta alta e as praias de Maceió”.
E encerrou, otimista: “Vale salientar, que todo esse trabalho está sendo realizado praticamente sem quaisquer custos para o CSA nesta fase. Apenas quando tivermos algo mais factual, já com investidores dentro do contexto, é que serão realizados os pagamentos devidos aos profissionais que elaborarão o projeto executivo de arquitetura e engenharia. Acredito que temos tudo para dar certo!”.
As conversas surgem em meio a uma preocupação do clube com as estruturas do Estádio Rei Pelé. Vídeos publicados nas redes sociais, por torcedores, mostram a estrutura das arquibancadas, com várias rachaduras, por exemplo.

O comentarista esportivo Marlon Araújo, do Timaço na Gazeta, em contato com a reportagem, expôs o seu pensamento sobre a construção da tal arena azulina e afirmou, logo de cara, não considerar que seja uma prioridade para o clube. E fez alguns questionamentos.
“Não acho que seja prioridade para o CSA. Todo time sonha em ter um estádio próprio, mas qual seria a ideia de capacidade? Qual seria a fonte para manutenção de uma arena? Como o CSA teria uma arena para ter uma média de cinco mil torcedores por jogo?”, interrogou. “O assunto é muito complexo e é preciso muito estudo para tomar uma decisão correta, pois é uma decisão para pelo menos 50 anos do clube”, concluiu.

Outro que falou com a Gazeta foi o torcedor Bispo Filho, que expôs sua opinião e disse que a ideia de o CSA ter sua própria arena ressurge como um sonho antigo da torcida, mas questionou: “Será este o momento certo?”.
E explicou: “Com o Rei Pelé envelhecendo e a modernização dos clubes exigindo novos modelos de gestão, a construção de um estádio próprio poderia representar independência e uma nova era para o Azulão. O desafio, no entanto, é enorme. A viabilidade financeira passa diretamente pela possível SAF, que ainda está em negociação. Sem investidores sólidos, um projeto dessa magnitude pode se tornar um fardo em vez de um impulso. Se for bem planejado e executado, a arena pode fortalecer a identidade do CSA e impulsionar receitas. Mas, antes de sonhar com um novo lar, é preciso garantir que ele tenha alicerces sólidos, dentro e fora de campo”.

O também torcedor Renato Jerônimo, presidente da maior torcida organizada do CSA, a Mancha Azul, entende que a construção da arena “seria algo sensacional” para o clube.
E também comentou: “Mas como é uma questão ainda no campo das ideias, embrionária ainda, o que podemos dizer é que tem o nosso apoio. O que estiver ao nosso alcance para que possamos ajudar o CSA a construir sua própria arena, nós ajudaremos e apoiaremos. Estamos aqui para ajudar e apoiar na medida das nossas possibilidades".
Por fim, Jerônimo alertou, no entanto: "Que essa construção da arena, quando sair do papel, jamais possa afetar financeiramente o clube, ao ponto de afetar o desempenho esportivo do seu carro-chefe, que é o futebol”.