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Nº 5873
Internacional

Conselho da ONU exige retirada de Israel das cidades palestinas

Washington e Gaza –O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas)  intimou ontem Israel a retirar suas tropas das cidades palestinas,  incluindo Ramallah (Cisjordânia), onde o quartel-general de Iasser Arafat está sendo atacado e o líder p

Por | Edição do dia 31/03/2002 - Matéria atualizada em 31/03/2002 às 00h00

Washington e Gaza –O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas)  intimou ontem Israel a retirar suas tropas das cidades palestinas,  incluindo Ramallah (Cisjordânia), onde o quartel-general de Iasser Arafat está sendo atacado e o líder palestino, mantido cercado e isolado, sem água, luz ou telefone. A decisão foi adotada em uma resolução, aprovada por 14 votos a favor e a ausência da Síria, na qual também pede-se a ambas as partes um “efetivo cessar-fogo”. A resolução foi aprovada depois de várias horas de negociação, após um debate aberto no qual se advertiu Israel sobre as consequências negativas que a destruição da Autoridade Nacional Palestina trariam. Segundo o documento, o conselho atua “expressando sua grave preocupação pela deterioração da situação, incluídos os recentes ataques suicidas em Israel e o ataque militar contra a sede do presidente da Autoridade Nacional Palestina”. “O Conselho de Segurança da ONU quer que ambas as partes acertem imediatamente um substancial cessar-fogo; pede a retirada das tropas de Israel das cidades palestinas, incluindo Ramallah”, diz a resolução. Além disso, o Conselho “reitera seu pedido de cessar todos os atos de violência, incluídos todos os atos de terror, provocação, incitação e destruição”. Desavença Fontes diplomáticas destacaram que é a primeira vez que se observa uma diferença entre Israel, que se opôs totalmente à resolução, e os Estados Unidos, e que essa desavença ficou expressa de forma patente durante as negociações. Depois da votação, o embaixador israelense, Yehuda Lancry, “condenou” a decisão do conselho, por considerar que só pedia a Israel a retirada e não exigia dos palestinos que acabem com os atentados suicidas. O embaixador palestino, Naser Al-Quidwa, disse que preferia um texto mais enérgico por parte do conselho, embora o classificou de “importante passo que pode significar uma importante contribuição”. Al-Quidwa criticou as palavras de Aaron Jacob e disse que diante dessa condenação que expressou, o conselho deverá tomar as medidas necessárias para que se cumpra a decisão que acaba de adotar. O presidente de plantão do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador norueguês, Peter Kolby, falou antes da votação que “não existe uma sequência” no pedido do Conselho. Na votação, esteve presente o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, que horas antes advertiu que “destruir a Autoridade Palestina não trará a paz mais para perto de Israel”. Depois de várias horas de negociação, a votação se atrasou por mais de 45 minutos, já que o embaixador sírio, Mihael Wehbe, desapareceu. Eperava-se que a Síria apresentasse uma resolução para pedir a retirada israelense em termos mais enérgicos. Depois da votação, o embaixador sírio apareceu e se queixou de que não tinham esperado por ele e lamentou que a resolução aprovada não acolhe os resultados da Cúpula da Liga Árabe, que apoiou a proposta de paz da Arábia Saudita, que propõe o reconhecimento de Israel por todos os países árabes em troca de sua retirada dos territórios que ocupa desde 1967.

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